Os juros da dívida italiana e espanhola estão a subir no mercado secundário e as bolsas continuam em queda por causa das perspectivas pouco animadoras para a economia dos EUA. Líderes europeus querem acelerar o novo empréstimo à Grécia e mantêm a austeridade como receita.
Zapatero interrompeu as férias para tentar acalmar os mercados, mas já poucos acreditam que os juros irão descer. Foto Parlamento Europeu
Itália e Espanha já têm de pagar juros acima dos 6% nas obrigações a dez anos e a diferença no prémio de risco em relação à Alemanha disparou após a reunião da UE na semana passada. O que significa que estão muito próximos da situação em que Portugal e a Irlanda se encontravam antes da intervenção da troika. Ou seja, o risco do efeito dominó na crise da dívida europeia está agora a confirmar-se: os analistas da Eurointelligence dizem que a Bélgica está na mesma situação que a Espanha atravessou em Julho e a França imita a situação belga de há um mês. "E a ameaça está a avançar em direcção ao núcleo central", diz este relatório diário da análise dos mercados financeiros.
A situação de emergência fez o primeiro-ministro espanhol interromper as férias para reunir de urgência com a ministra das Economia. Zapatero falou com o Presidente do Conselho Europeu Herman Van Rompuy para tentar apressar a concretização do empréstimo à Grécia e os mecanismos de apoios ao Fundo Europeu para financiar os países em risco de insolvência.
No mesmo sentido, Durão Barroso emitiu um comunicado esta quarta-feira, onde defende que “é essencial agir rapidamente, pondo em prática tudo o que foi decidido pelos dirigentes da zona euro e enviando um sinal sem ambiguidade mostrando que a zona euro vai resolver a crise da dívida soberana com os meios adaptados à gravidade da situação”.
Por seu lado, Silvio Berlusconi optou por esperar pela hora de fecho das bolsas para fazer um discurso no Parlamento, onde apelou à aprovação rápida da reforma fiscal e das leis do trabalho. Ainda no mês passado, os deputados italianos aprovaram um pacote de austeridade que afectará sobretudo os mais pobres. O objectivo era o mesmo - "acalmar os mercados" - mas o resultado da receita foi exactamente o oposto.
A aposta nas medidas de austeridade continua a ser o rumo que conduz a política europeia, apesar de agravarem a recessão numa altura em que os sinais da economia norte-americana fazem prever que não haja crescimento em breve na economia mundial. Uma das mudanças dadas como certas na zona euro é o afastamento do seu porta-voz Jean Claude Juncker, entregando a coordenação da zona euro a Van Rompuy. Segundo o Le Monde, a ideia veio de Sarkozy e será incluída na proposta conjunta que franceses e alemães irão fazer ainda em Agosto para reforçar a coordenação entre os países do euro
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