05/08/2011

Dívida espanhola e italiana continua sob ataque

Tirado de Esquerda.net (aqui).


Os juros da dívida italiana e espanhola estão a subir no mercado secundário e as bolsas continuam em queda por causa das perspectivas pouco animadoras para a economia dos EUA. Líderes europeus querem acelerar o novo empréstimo à Grécia e mantêm a austeridade como receita.
Zapatero interrompeu as férias para tentar acalmar os mercados, mas já poucos acreditam que os juros irão descer
Zapatero interrompeu as férias para tentar acalmar os mercados, mas já poucos acreditam que os juros irão descer. Foto Parlamento Europeu
Itália e Espanha já têm de pagar juros acima dos 6% nas obrigações a dez anos e a diferença no prémio de risco em relação à Alemanha disparou após a reunião da UE na semana passada. O que significa que estão muito próximos da situação em que Portugal e a Irlanda se encontravam antes da intervenção da troika. Ou seja, o risco do efeito dominó na crise da dívida europeia está agora a confirmar-se: os analistas da Eurointelligence dizem que a Bélgica está na mesma situação que a Espanha atravessou em Julho e a França imita a situação belga de há um mês. "E a ameaça está a avançar em direcção ao núcleo central", diz este relatório diário da análise dos mercados financeiros.
A situação de emergência fez o primeiro-ministro espanhol interromper as férias para reunir de urgência com a ministra das Economia. Zapatero falou com o Presidente do Conselho Europeu Herman Van Rompuy para tentar apressar a concretização do empréstimo à Grécia e os mecanismos de apoios ao Fundo Europeu para financiar os países em risco de insolvência.
No mesmo sentido, Durão Barroso emitiu um comunicado esta quarta-feira, onde defende que “é essencial agir rapidamente, pondo em prática tudo o que foi decidido pelos dirigentes da zona euro e enviando um sinal sem ambiguidade mostrando que a zona euro vai resolver a crise da dívida soberana com os meios adaptados à gravidade da situação”.
Por seu lado, Silvio Berlusconi optou por esperar pela hora de fecho das bolsas para fazer um discurso no Parlamento, onde apelou à aprovação rápida da reforma fiscal e das leis do trabalho. Ainda no mês passado, os deputados italianos aprovaram um pacote de austeridade que afectará sobretudo os mais pobres. O objectivo era o mesmo - "acalmar os mercados" - mas o resultado da receita foi exactamente o oposto.
A aposta nas medidas de austeridade continua a ser o rumo que conduz a política europeia, apesar de agravarem a recessão numa altura em que os sinais da economia norte-americana fazem prever que não haja crescimento em breve na economia mundial. Uma das mudanças dadas como certas na zona euro é o afastamento do seu porta-voz Jean Claude Juncker, entregando a coordenação da zona euro a Van Rompuy. Segundo o Le Monde, a ideia veio de Sarkozy e será incluída na proposta conjunta que franceses e alemães irão fazer ainda em Agosto para reforçar a coordenação entre os países do euro

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