05/07/2012

Chineses construíram cidade-fantasma em Angola

Tirado de Esquerda.net (aqui).  São mais de 5000 hectares de construção para alojar meio milhão de pessoas: a 30 quilómetros de Luanda, na nova cidade de Kilamba Kiaxi, há centenas de prédios e ruas, dezenas de escolas e uma auto-estrada a caminho. Só faltam os habitantes a esta obra do regime.
  Kilamba Kiaxi, um elefante branco às portas de Angola.  


A notícia da BBC diz que a realidade de Kilamba Kiaxi pouco tem que ver com a propaganda que o regime de Eduardo dos Santos lhe fez desde que se comprometeu em 2008 a construir um milhão de casas em quatro anos.

No vídeo de promoção do investimento, a cidade é apresentada como uma "empreitada sem precedentes em África" surgida de uma parceria público-privada. Na prática, os chineses trataram da construção da cidade, com um custo total avaliado em 2.6 mil milhões de euros, financiados por uma linha de crédito de Pequim em troca do fornecimento de petróleo angolano.

O preço dos apartamentos anunciados na internet varia entre os 92 e os 153 mil euros, para um país onde dois terços da população não ganha mais de 1,5 euros por dia. Talvez isso ajude a explicar o fracasso da primeira operação de vendas no ano passado: dos 2800 apartamentos à venda, apenas 220 encontraram comprador. Mas são poucos os que realmente foram para lá viver. E naturalmente, os que se mudaram para lá não esperam conseguir vender os seus apartamentos tão cedo.

Contatado pela BBC, o promotor imobiliário do mega-empreendimento diz que o problema não está no preço e que "as vendas vão devagar por causa da dificuldade em obter crédito bancário" Paulo Cascão diz que o governo angolano anunciou que parte dos prédios vão servir para habitação social, mas ainda ninguém como se irá concretizar esse programa ou se será apenas uma manobra de campanha para as eleições do fim de agosto.

O vice-ministro do Urbanismo e Construção, Manuel Clemente Junior, disse à BBC que este é um "excelente projeto" e mostrou-se convencido que por pouco mais de 60 mil euros se podia comprar ali um apartamento, quando os preços anunciados são muito superiores.

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