O presidente do Deutsche Bank, o maior banco privado da Alemanha, criticou a baixa da taxa de juro decretada pelo BCE. Um relatório interno do Governo de Merkel, dado a conhecer pela revista Der Spiegel, considera que a União Europeia está a avançar devido ao pacto orçamental e exige mais sacrifícios nos países da Europa do Sul. Para 1 de junho, está marcada a manifestação internacional “Povos Unidos contra a troika”.
O Governo de Merkel quer impor mais austeridade aos povos da Europa do Sul. Para o dia 1 de junho está marcada a manifestação internacional “Povos Unidos contra a troika”
Juergen Fitschen, presidente do Deutsche Bank, criticou em entrevista publicada neste domingo no jornal alemão Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung a descida da taxa de juro de referência para 0,5%, decretada pelo Banco Central Europeu (BCE). Fitschen diz que "a liquidez barata do banco central não é saudável" e quer que a Europa chegue às taxas de juro reais positivas “tão breve quanto possível”.
A revista Der Spiegel divulgou neste domingo conclusões parciais de um relatório interno do governo de Angela Merkel.
Segundo a Der Spiegel, o governo alemão congratula-se com os avanços conseguidos na União Europeia devido às leis orçamentais comunitárias, que terão propiciado “um clima de mobilização geral para as reformas estruturais e para uma maior competitividade”, segundo o executivo da Alemanha.
O governo de Merkel defende que os países da União Europeia devem aumentar a austeridade e considera que são necessários mais sacrifícios na Europa do Sul, nomeadamente na Itália e em Espanha.
O governo de Berlim quer ainda que prossigam as chamadas reformas do mercado laboral, que como se sabe significam retiradas de direitos laborais e abaixamento de salários. O dito relatório cita o caso da Espanha para dizer que considera “imprescindível” um novo nível de reformas que flexibilize ainda mais o mercado laboral, com o objetivo de supostamente “superar a sua rigidez”. O governo alemão equipara o mercado laboral espanhol com o da Grécia e informa que estão a ser negociadas com o governo grego mais reformas, ou seja mais cortes de salários e direitos.
O governo de Merkel diz ainda que em Itália há “mais margem de manobra para liberalizar o mercado laboral” e sobre França assinala que os chamados planos de consolidação orçamental aumentaram as receitas, mas não reduziram as despesas públicas.
Para o dia 1 de junho está marcada a manifestação internacional “Povos Unidos contra a troika”, que já tem iniciativas convocadas para onze cidades portuguesas, bem como para Paris, Galiza, Den Haag, Frankfurt e Londres.
Como disse em entrevista ao esquerda.net a ativista espanhola Silvia Pineda da plataformaMarea Ciudadana(Maré Cidadã), formada por diversos movimentos sociais, o dia 1 de junho foi estabelecido como a data para a primeira mobilização conjunta”, sendo que “a ideia é conseguir que os países do Sul da Europa saiam às ruas, assinalando aquilo que têm em comum, que é a troika, e estabelecer uma coordenação conjunta para o futuro”.
Silvia Pineda sublinhou que “a troika está a impor medidas de austeridade, cortando direitos sociais e obrigando-nos a pagar uma dívida ilegítima que não devemos nem temos de pagar” e frisando que “está a acontecer o mesmo no Estado Espanhol, na Grécia, em Portugal, em Itália, e é por isso que é importante que a luta seja internacional”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário