11/08/2011

Sobre a violência e o medo

Jorge Pérez Árias. Artigo tirado de aqui.







Ultimamente estamos acostumados a ouvir como desde os medios de informaçom massiva se nós adoita recalcar a importância da manifestaçom pacífica. Quando alguem como os indignados tenhem a bem empregar a autodefensa contra as forças da orde estes som calíficados como de violentos e des-posuídos para toda a opinião pública de legitimidade. Para o discurso oficial do poder, e para os mercados que pagam a informação que tenazmente nos chega cada día, defender-se dos paos é ilegitimo. O bo cidadão deve aceptar o seu contrato social e sentar-se tranquilamente no potro de tortura. Esto fai-me pensar ao observa-lo nas verbas dalgum velho anarquista que diziam que de não existir a sociedade o home seria um salvagem, ou o que é o mesmo, um santo.

Estes dias estamos a ver claramente os factos de Londres onde grupos de personas procedentes dos bairros baixos estam a assaltar tendas, entidades financeiras e todo o que pilham por diante. A impressa espanhola já se encarregou de manipular a opinião pública dizendo-lhe que tales indignados som simplesmente bandidos que unicamente assaltam tendas de electrónica ou de artigos nom de primeira necessidade, polo tanto segundo a impressa espanhola os bandidos de Londres som só quatro vándalos que decidirom montar um botelhom ou algo polo estilo. Logo venhem com o conto de que é todo por umha questom racial, étnica, e que polo tanto nom se deve a factores socioeconómicos. Mas quando alguem mira máis alá do bombardeo massivo de idiócias que solta a impressa oficial pode ouvir falar gente de explotaçom laboral, paro, recortes sociais, etc.

O discurso do poder sempre se baseia no mantemento da paz social para frenar as protestas daqueles que sufrem as súas acçons. Como as ajudas multimilhonárias aos bancos que perderom os nossos cartos na bolsa, que logo arruinarom as empressas e tecidos productivos e embargarom os bens dos trabalhadores e que aínda voltarom ser recompensados. A paz social é o máis importante para o sistema porque a paz social permite-lhe enganarnos dizendo-nos que os cauces que el tem som suficiêntes para resolver os problemas que vam jurdindo. Mas quando tales cauces se demostram inúteis para a meirande parte da povoaçom, quando os políticos nom respondem a interesses gerais plantejados a pé de rúa, a demandas sociais, senom a interesses económicos de multinacionais, de entidades financeiras, etc. E fam-no com total impunidade perante os olhos da opiniom pública entom jurdem os protestos e por veces a violência. O primeiro passo é tentar des-legitimar os protestos e o segundo califica-los de violentos como já se intentou no Estado espanhol com o movimento 15M. Se os protestos ou o movemento nom tem a força e unidade necessaria para resistir tales ataques a estratégia remata por funzionar e disolve-lo. Esto passa muitas vezes porque a gente aínda nom ve as claras a que se lhe pode vir enriba e pensa desde umha posiçom hiperegocéntrica. Mas quando as coussas a perder som mínimas ou já nom há que perder a coussa cambia: Porque nos decatamos de que a nossa violência nom é nem de lonje infinitamente propocional a que o sistema nos impom a nós, um sistema que como todos sabemos tem o monopólio da violência para fazer cumplir a súa lei, imponher as leis feitas para satisfazer as demandas dumha clase social que ostenta o poder em contra doutras clases que estam por baixo. Hoje máis que nunca a divissom das classes sigue vigente e o conflicto pode estourar em qualquer momento... Mais ainda com a inverssom geopolítica que se está a produzir no mundo.

Imagem tirada de aquí
Por todo isto chama-me muito a atençom vendo gente a alegar que a violência nom é o caminho (como resposta a súa violência) , que quando assaltamos umha tenda de electrónica, um banco ou queimamos um autocarro, o único que estamos a fazer e foder-lhe a vida a umhos pobres trabalhadores que nom tenhem culpa e que podem perder o seu posto de trabalho e o seu medio de vida. Esto é totalmente falso! Quando assaltamos um banco, ou umha tenda de apple, de vodafone, ou de qualquer outro o que estamos a fazer nom é foder-lhe a vida a umhos pobres trabalhadores que estam a sofrir a explotaçom laboral ou que noutro casos a estam a perpetuar e a consentir numha grande maioría  da populaçom (caso dos bancos). Nom, quem esto defende só pode defende-lo baixo a perspectiva de estar enganado ao nom ver a violência que o poder exerce sobre a sociedade ou defende-lo por ser um dos que se perpetua graças a essa violência que nom quer seja respondida, e por eso alega o emprego de cauces sistemáticamente inúteis onde a mao invisíbel e quem de mercar vontades e vidas enteiras.

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