13/02/2012

KKE analisa desenvolvimento da primeira jornada greve de 48 horas na Grécia

Artigo tirado de Resistir (aqui).



Primeiro dia da greve de 48 horas, com ocupação do Ministério do Trabalho – Abaixo o governo e a plutocracia, desligamento da UE com poder popular

Com um comício impressionante em Atenas, bem como em dúzias de cidades, os trabalhadores e trabalhadoras, os estratos populares pobres, responderam ao apelo do PAME à participação no primeiro dia da greve geral de 48 horas (10-11/Fevereiro/2012).

As forças do PAME, num movimento decisivo, ocuparam o Ministério do Trabalho e penduraram uma enorme bandeira na qual estava escrito: "Não ao novo massacre do povo – Abaixo o Governo – A Troika deve ir-se – Desligamento da UE". Esta ocupação realçava que o governo-Troika-plutocracia têm um plano para erradicar todos os direitos do trabalho, avançar com selvagens medidas anti-trabalhadores neste período, com o pretexto do novo empréstimo que o governo grego quer receber. Dentre outras coisas, as novas medidas preparam:

-Novas reduções no salário mínimo de 22% para todos os trabalhadores e 32% para os que serão agora contratados no sector privado – e isto nas condições em que as perdas dos trabalhadores desde 2009 ultrapassam a marca dos 45%.

Abolição dos acordos sectoriais de negociação colectiva.

Novas reduções dramáticas nas pensões básicas e suplementares.

Demissões em massa de milhares de empregados no sector público e nas antigas indústrias estatais, subversão de relações laborais, novas reduções de salários no sector público.

Novos cortes drásticos em serviços sociais, no sector da saúde e medicamentos, os quais estão mesmo a colocar mais vidas em perigo.

-Nova incursão fiscal contra vastos estratos populares a fim de suportar as isenções fiscais do grande capital
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As forças classistas mantiveram sua greve desde o nascer do sol em incontáveis fábricas e outros lugares de trabalho contra esta tempestade de medidas.

Ocupações de outros edifícios públicos e organizações estatais foram executadas pelo PAME, MAS, PASEVE, PASY, OGE em outras cidades por toda a Grécia.

Aleka Papariga, secretária-geral do CC do KKE, participou no impressionante comício do PAME em Atenas e fez as seguintes declarações aos media: "Mesmo se o trabalhadores dessem a sua própria carne para liquidar a dívida, a bancarrota selvagem não seria impedida. Consequentemente, há uma só solução: Desligamento da UE e cancelamento unilateral da dívida. Isto é a solução, qualquer outra coisa constituirá uma tragédia para os trabalhadores".

O orador central no impressionante comício do PAME foi G. Sifonios, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores da "Greek Steelworkers" que tem estado em greve desde há 103 dias. Ele afirmou a determinação dos trabalhadores do aço em responderem ainda mais dinamicamente agora quando está a tornar-se cada vez mais claro que as medidas tomadas pelo patrão específico da Steelworks (Elliniki Halivourgia) hoje estão a ser generalizadas pelo governo e a Troika com salários de fome para todos os trabalhadores. O Presidente do Sindicato, o qual está a conduzir a mais longa greve dos últimos anos, agradecer ao PAME e a outras forças, tanto na Grécia como no exterior, que têm apoiado a luta grevista. Deveria ser notado que o PAME começou uma campanha de levantamento de fundos para o apoio financeiro desta greve.

Após o comício houve uma marcha majestosa para o Ministério do Trabalho, o qual foi ocupado. Os manifestantes exigiram:

Eleições agora!

Cancelamento unilateral da dívida, desligamento da União Europeia!

Não devemos nada! Não pagaremos! A dívida não é nossa! Ela deve ser paga por aqueles que a criaram, pela plutocracia! Esta é a verdade que foi proclamada pelos manifestantes contra as mentiras do governo da Frente Negra (centro-esquerda, centro-direita, nacionalistas) e as calúnias desencadeadas por vários media internacional que apresentam o povo trabalhador grego como preguiçoso.

Os 52 comícios em bairros populares e da classe trabalhadora por toda a Ática foram programados para o segundo dia da greve de 48 horas, assim como outras mobilizações multifacéticas por toda a Grécia. Além disso, outra manifestação está programada para o dia em que as medidas bárbaras forem votadas no Parlamento.

O grupo parlamentar do KKE enfatiza na sua declaração que "contribuirá com toda a sua força para que o povo se levante, para que as fábricas, negócios, bairros populares se tornem fortalezas da luta. O grupo parlamentar do KKE aplica todas as suas forças para impedir as assassinas medidas anti-povo. Ele pedirá uma votação nominal sobre o novo memorando que o governo da Frente Negra procura aprovar através de procedimentos de emergência como um roubo durante a noite. Cada membro do Parlamento tem uma responsabilidade pessoal. Nenhum membro do Parlamento é desculpado, em nome da disciplina, por votar o massacre dos direitos do povo", nota a declaração do grupo parlamentar do KKE.

Deveria ser observado que os mecanismos provocatórios executaram a sua missão bem conhecida empenhando-se em conflitos sem significado lançando pedras à polícia de choque. Mais uma vez estes incidentes encenados na praça Syntagma pretendem dar aos media a oportunidade de esconder a mensagem clara de milhares de trabalhadores, os quais manifestaram-se e exigir a queda do governo da Frente Negra e o afastamento da Troika, de modo a abrir o caminho para o poder do povo e o desligamento do país da UE imperialista.

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