08/02/2011

Cara o partido único

 FERNANDO ÓNEGA. O autor é um intelectual da direita espanhola e jornaista de origem galega. Da sua pena saiu a famosa sentência de Adolfo Suárez nos começos da II Restauraçom bourbónica: "puedo prometer y prometo". Contodo, algus dos seus artigos desafinam do "sentido comum" reaccionário que assolaga o Reino de Espanha. Umha mostra disto é quando defendia que os bancos resgatados se figeram públicos, enquanto um antigo membro do BNG como Antón Lousada nom dava crédito ao que ouvia (reconvertido já em "todólogo" desse mesmo "sentido comum" ultraliberal). Artigo tirado de aqui e traduzido para o galego por nós. Recomendamos vivamente a leitura dum artigo nom publicado há muito neste blogue sobre a fascificaçom de Hungria após a vitoria da extrema direita... a claudicaçom do social-liberalismo olhai em que dá...

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Não o tomem em sentido negativo. Quando falo de partido único, não é para o identificar com uma ditadura senão para descrever a situação em que se pode ver Espanha em quinze meses: o Partido Popular pode encontrar-se com um poder que não teve nenhuma força política desde que vivemos em democracia. Se o leitor é de esquerda, e sobretudo socialista, lamento dar-lhe um desgosto: os inquéritos que Rajoy tem sobre a mesa não falam de 18 pontos de diferença; falam a mais de 20. E os meios informativos publicaram a cada dia desta semana algum sondeo com este vaticinio: o PP ganhará a imensa maioria das cidades e poderá governar todas as autonomias onde há eleições. Incluída Extremadura, quem o ia dizer. Andaluzia dá-se por descontada. Surpreendentemente, a única personagem que se converteu na esperança do PSOE é o senhor Álvarez-Cascos.

Imaginam-se um partido que domina todo o palco político? Vejam-no: todas as televisões autonómicas e locais da mesma ideologia; toda a direcção da educação e a cultura nas mesmas mãos; os "barones", disciplinados ante o comando ao que se devem; a militancia, enfervorizada porque chegou ubérrima sua oportunidade; a oposição, humilhada pela debacle sofrida; as minorias, impotentes para fazer valer sua voz; e o governo central, democraticamente aupado pelos votos, sem sombras que lhe ameacem desde o primeiro dia, sem necessidade de pactuar com ninguém suas reformas... Exactamente o paraíso que ontem sonhava dom José María Aznar em sua primeira intervenção pública depois de assumir a assessoria de Endesa.

A situação é tão provocadora, que perguntei a uma das máximas figuras da direita que sentem ante esse horizonte de poder territorial quase absoluto, e me respondeu com uma palavra: "Vertigem". Pois se isso sentem os chamados a administrar tanto poderío, que pensarão os administrados não militantes. Não acho que José María Aznar subscreva esse conceito. O presidente de honra do PP proclamou ontem mesmo que "faz falta uma grande força espanhola" e os votantes estão a construí-la: espanhola pura, com domínio em todas as regiões, com excepção de Cataluña e o País Basco. E espanhola para fazer viável um Estado "com 17 organismos que não podemos sustentar"

Interessante futuro, se a tendência se mantém. E atenção aos indícios. No discurso do PP, que fala como se estivesse a ponto de tomar posse, há um verdadeiro sentido mesiánico de sua missão. Todas suas mensagens se resumem em que Rajoy é o único que nos pode tirar da crise, devolver a Espanha sua dignidade e reconstruir este tinglado como nação respeitável. A esencia de sua doutrina é que, se não tomam cedo as rendas do Estado, este país não se rompe: se desintegra na inoperancia, o desemprego, a pobreza, os nacionalismos e a dissolução. E a ideia força, que há um único partido que o pode arranjar. À margem das reformas e as tentativas de pacto, esse é o som que deixa na semana. Autor intelectual, José María Aznar



Carod o el Braveheart gallec

Tirado de aqui.


Fernando Ónega, cronista gallec i articulista d'opinió de La Vanguardia, lloava aquest dissabte Josep-Lluís Carod-Rovira. Afalagava el seu gallec, - precís i sintàcticament perfecte- en explicar una conversa entre l'ex-vicepresident de la Generalitat i el mateix periodista. Ónega clamava la seva presència a Galícia per "ordenar el nacionalisme gallec". La recomanació clara: "Jo el proposo per posar la casa en ordre del nacionalisme gallec". El que fou la bèstia negra d'Espanya, ara se l'estimen per endreçar el nord.

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