Segundo o jornal espanhol Público (aqui) o governo neofascista da Junta do Habichuela (porque Feijom é muito bruto tal e como nos lembraria a catedrática Marta do Big Brother) já tem pronta a sua Lei de Família, que vem sumar-se a sua Lei de Convivência e Participaçom no eido da educaçom e a sua lei para a prevençom do alcolismo em menores, todas elas com um carácter claramente reaccionário.
Se nos centramos na Lei da Família (Rouco Varela e a Igreja estarám botando fogos-de-luzes), o Conselho Económico e Social da Galiza apom-se com firmeza a ela por considerá-la umha lei que pretende voltar ao patriarcado mais primitivo reduzindo-se a "fomentar a natalidade e o direito à vida em formaçom". Antecipa Habichuela na Galiza, pois, a derogaçom da lei do aborto e dos matrimónios homossexuais quando chegue a Moncloa. Temos que preparar-nos para mais e mais fundas involuçons nas nossas sociedades e temos que apostar decididamente pola autoorganizaçom das classes trabalhadoras e por alianças com outros sectores agora atrapados num "sentido comum" cada vez mais e mais reaccionário.
Para a conselheira de de Fazenda Beatriz Mato esta lei é histórica porque supom legislar por vez primeira na Galiza sobre a mulher gestante considerada como unidade familiar. Para o Conselho Económico e Social do que se trata é de voltar (algumha vez o deixamos?) na prática ao "patriarcado" e um claro "retrocesso" nos avanços sociais conquistados polas mulheres, para além de supor a retórica da família heterossexual e a reproduçom da força de trabalho como rol vital da mulher. Ao tempo que se pretende fomentar a natalidade, enquanto escrevo eu isto, hoje, no DOGA publica-se que as ajudas por filho menor de três anos ficam limitadas a aquelas pessoas que NOM APRESENTEM A DECLARAÇOM DO IRPF!!!
Nom cabe dúvida, o modelo do PP é o modelo da extrema-direita, o velho lema nazi Kinder, Küche, Kirche (Aos nenos, à cozinha e à Igreja) que delimitava bem o papel da mulher face aquelas "exaltadas "do SPD e comunistas, como Rosa Luxemburgo, que vindicavam os direitos da mulher. Precisamente Rosa Luxemburgo e as mulheres da socialdemocracia alemá (16% da sua filiaçom) representavam umha das asas mais radicais da SPD, cujo comité executivo era segundo o próprio Kautsky um "colégio de anciaos... embebidos na burocracia e no parlamentarismo". Formosa descriçom de actualidade na Galiza para um outro comité executivo... O caso é que, embora a SPD defendia - como todas as formaçons socialdemocratas- a igualdade das mulheres, na prática os membros do partido freqüentemente consideramvam-nas apolíticas e "atrassadas" e na SPD predominava umha cultura muito masculina onde se lhe outorgava grande valor à disciplina e a hierarquia à vez que se realizavam exercícios ginásticos reglamentados em equipas organizadas ao estilo militar.
Lembre-se, também, que nas eleiços de novembro de 1933 as mulheres votavam por vez primeira na II República espanhola e que Azaña (e demais representantes do nacionalismo liberal espanhol como Casares Quiroga e a ORGA) acusárom as mulheres de votar em massa a direita propiciando a vitória da direita. A historiografia tem desmentido rotundamente isto, como nom podia ser doutro jeito.
Kinder, Küche, Kircher. O velho lema do NSDAP de Adolf Hitler renasce na Galiza. Porém, como em tantas outras cousas os nazis tomavam nota do fascismo italiano. As características do fascismo clássico som: "onipotência do estado", "protagonismo das elites", "exaltaçom do chefe carismático", "imperialismo" e "irracionalismo filosófico". Também se reservava um papel subalterno para as mulheres pois o fascismo parte da desigualdade dentre os homens (e já nom digamos as mulheres). Os hierarcas nazis defendiam que "a mulher deve estar no seu lugar" e ou seu lugar eram as três K: coidando os nenos, trabalhando na cozinha e reçando na Igreja.
Em 1934, o Führer dirigia-se a Organizaçom Nacional de Mulheres Socialistas e dixo-lhes cheio de paternalismo que "o mundo dumha mulher som o seu esposo, a sua família, as crianças e o fogar". Umha actualizaçom da época daquela outra máxima que dizia que as mulheres havia que mantê-las "prenhadas e descalzas". Ouvindo agora aos Habichuela boys (e as Habichuelas girls como Farjas e Beatriz Mato) mesmo parece que foi ontem... desfilamos gritando ao nosso führer-Habichuela Hiel, hiel, hiel! As abnegadas mulheres da naçom galega saudam-nos desde os corredores com as crianças no colo e berram Kinder, Küche, Kircher! Penso no meu irmao Helmut, algum dia será também um vitorioso soldado alemám desposado cumha forte e cumprida valquíria. 1 de Setembro de 1939 (ou é de 2011?) A guerra de classes começou e o fascismo espalha-se por toda a parte sem topar resistência.
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