16/11/2010

Descoberta incorporação de nazis à CIA após a Segunda Guerra Mundial

Artigo tirado de aqui.

Um relatório do Departamento de Justiça divulgado pelo New York Times conclui que os serviços secretos do país abrigaram nazis alemães depois de 1945.

Figuras importantes do nazismo incorporaram-se à CIA e a outras instituições norte-americanas nas décadas que se seguiram ao fim da Segunda Guerra Mundial, após terem recebido vistos de entrada nos Estados Unidos.

As revelações foram publicadas pelo "NYT", depois de que o Departamento de Justiça tentou mantê-las em segredo nos últimos quatro anos.

O Gabinete de Investigações Especiais do Departamento de Justiça (OSI, na sigla em inglês) foi criado em 1979 para expulsar os nazis dos Estados Unidos, mas as informações a que o "NYT" teve acesso sugerem que oficiais norte-americanos deram cobertura a figuras ligadas ao regime de Hitler.

De facto, a CIA recrutou directamente nazis para os incorporar às suas fileiras, alegadamente contando com a cumplicidade do Governo norte-americano.

Embora os resultados do relatório não sejam oficiais – já que as investigações conduzidas nos últimos quatro anos ainda não estão concluídas –, o documento fala em nomes proeminentes do regime nazi, tais como Otto Von Bolschwing, aliado de Adolf Eichmann, que ajudou a desenvolver os primeiros planos da chamada purga de Judeus da Alemanha e que, mais tarde, em 1954, trabalhou para as secretas.

Oficiais da CIA terão discutido sobre o que responder caso o alemão fosse confrontado com o seu passado, escreve o "NYT".

Arthur L. Rudolph terá sido outra das figuras com protecção das secretas nos Estados Unidos. Cientista que havia trabalhado numa fábrica de munições na Alemanha nazi, Rudolph chegou a ser homenageado pela NASA e reconhecido como pai do foguete Saturno V.

A autoria do relatório é atribuída pelo diário nova-iorquino a Mark Richard, advogado do Departamento de Justiça, que, há quatro anos, solicitou a divulgação do documento.

Mas nem tudo é claro sobre a publicação do relatório. Há quatro anos, Richard terá solicitado a divulgação, que só veio a acontecer com as informações reveladas através da imprensa.

As dúvidas acerca da manipulação do relatório podem afectar Barack Obama, diz o "NYT", já que o Presidente norte-americano escolheu o Departamento de Justiça para estar à frente da abertura dos registos do Governo e prometeu tornar a sua administração a mais transparente da história dos Estados Unidos.

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