Para salvar o planeta devemos descartar-nos do capitalismo e reconstruir uma sociedade onde a economia não seja rainha, mas uma ferramenta. Onde prevaleça a cooperação sobre a concorrência, e onde o bem comum seja mais importante do que o lucro. O futuro não reside na tecnologia, mas num novo arranjo das relações sociais.
A convicção e a celeridade com que exigirmos maior solidariedade humana é o que vai fazer a diferença. É esta a mensagem veiculada pelo jornalista francês Hervé Kempf, que a 19 de Novembro dará uma conferência na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra intitulada Para Salvar o Planeta Livrem-se do Capitalismo, precisamente o título do seu mais recente livro(2009).
O autor explica como o capitalismo se transformou ao longo dos anos de 1980 ao conseguir impor o seu modelo comportamental individualista, marginalizando as lógicas colectivas. Ora para sair daí torna-se forçoso desmontar o condicionamento psíquico em que aquele modelo assenta. A oligarquia no poder procura desviar a atenção do público para o desastre iminente fazendo crer que a tecnologia tudo pode fazer, inclusive evitá-lo. Esta ilusão mais não pretende que perpetuar o actual sistema de dominação. Como ilustram as reportagens demonstrativas realizadas pelo autor do livro, o futuro não está na tecnologia, mas antes em novas práticas no relacionamento social entre indivíduos e grupos.
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