essa praça pública com nome de sino e história como sabendo o que ia vir firmes ficamos dizindo, nom nos moverám pintamos poemas no duro asfalto amolecido, enchoupado da sangue nossa e o mundo olhava. O mundo olhava enquanto nos chamavam traidores e nos ecrás das televisons dos fogares, fechadas as portas nom fora entrar a verdade, os homens chuspiam às cámaras desprezo e as mulheres gritavam por telefone olhos e coraçons cheios de raiva incapazes de entender que Tahrir era sua, para eles, enquanto os olhos do governo mostravam só o que queriam que viramos o sol-por sobre o Nilo e todo o que fazia falha era girar o mínimo a cabeça e à esquerda polo cabo do olho enxergar mostrando a névoa do sol do Cairo entre os gases lacrimógenos, os homens à carga polas ruas com os seus corpos apenas topando com os camions da polícia que os atropelam. Os jornais falavam de brigas por todo o Mediterráneo pretendendo que esse dia que começara no Cairo era igual a outro qualquer. Porém algo começara. Homens e mulheres estremeciam a terra com as suas vozes. De norte a sul caiam corpos ao piso, deixavam de latejar os coraçons mas em Tahrir por eles mantivemos alta a testa saindo dos muros polos que, toda a nossa vida, caminhamos pegados, ocultos na sombra da conformidade e do medo abrimos ao assassinato os nossos peitos, abrimos às pedras os nossos rostos, às balas os nossos olhos, as nossas mentes aos molotov que à cabeça nos jogavam e dixemos nom temos medo porque o medo a viver com a cara soterrada no chao dumha terra que nom pode já sentir era nada, nada comparado com o medo a morrer sem ter dito nem umha vez som livre. |
revolta irmandinha
21/02/2011
Um poema por Tahrir, por Egito
Nancy Messieh. Artigo tirado de aqui e traduzido para o galego por nós. Messieh é umha poeta e fotógrafa exipcia residente em Cairo e que continua a tradiçom de escritores africanos em língua inglesa, por exemplo em obras como Photographs Never Taken. Boa leitura!
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