24/04/2011

Lei de Familia, irmá menor, Constituiçom húngara irmá maior

Lupe Ces. Tirado de aqui.

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Quem assegura que o PP nom tem proxecto, quem fala de “nom-governo”, ou “dum governo sem rumbo”, equivoca-se e pode estar enviando à cidadania umha mensagem confusa, que nom ajuda a organizar umha boa defesa num contexto moi agressivo, onde os direitos fundamentais estám postos à venda e som questionados e violados diariamente.

O anteproxecto de “Lei de Família”, elaborado pola Xunta de Galicia, que vai ser posto a aprovaçom polo Parlamento Galego, depois das eleiçons municipais, é toda umha declaraçom programática de qual é o modelo social que nos tem preparado esta nom-maioria política, que se afixo cumha raquítica maioria parlamentária, e aspira a converter-se na maioria social, tendo para elo toda a maquinaria ao seu dispor: poder econômico, hegemonia mediática, poder legislativo (tanto na cámara galega, como, se nom ponhemos remédio, nas cámaras locais), e poder religioso.

O anteproxecto de Lei de Família, é umha volta aos episódios mais grises da nossa História contemporánea. Esta Lei nega a igualdade das distintas formas de convivência, como o matrimonio homossexual, e inventa direitos inexistentes, como os direitos do feto, para roubar direitos conquistados, exercidos e reconhecidos, entre outros, o direito ao aborto. Esta Lei nom apoia à maternidade, senom que a converte numha penitencia obrigatória, um caminho de espinas a percorrer, para ao final, entregar “o fruto do nosso ventre” a instituiçons afins. Todo um perverso ideário, que entre outros, nega o direito de todos os nenos e nenas a ser desejados. 

Quem tenha dúvidas de até onde nos pode levar esta Lei, que consulte o proxecto de nova constituiçom húngara, aprovado polo Parlamento. País que preside nestes momentos a Uniom Europeia e que está sendo noticia polas acçons e actitudes racistas e xenófobas, que atentam nomeadamente contra o Povo Cigano. Todo este ódio, teria que entrar em contradiçom cos valores que supostamente se auto-outorga a hierarquia católica, e que aparecem como marco inspirador da sua nova constituiçom. Valores por outra banda, que nom podem ser considerados propriedade de nengumha confessom religiosa.

Que difícil situaçom para as pessoas que honradamente seguem o legado de Cristo “amádevos os uns aos outros…”, "é mais difícil que um rico acade o reino dos ceos…”, ou “bem aventurados os que tenhem fame e sede de justiça…”!!! Mais bem semelha que o partido que governa Hungria e que esta imponhendo o integrismo católico na sua constituiçom, está cheio de “sepulcros branqueados”.
Esta constituiçom húngara que abre brecha na Europa e onde se inspiram os sectores do PP que promovem a Lei de Família, ademais de considerar o aborto como inconstitucional, outorga ao pai de família o direito ao voto dos filhos ou filhas menores. Igual que pretende o PP imponher o direito a decidir por parte dos progenitores, se umha nena tem que ser nai ou nom. Umha vez mais, inventam-se direitos nom existentes, como o direito ao voto na minoria de idade, para roubar ou negar direitos conquistados. Outorgará o parlamento galego o direito a exercer duas vezes o voto às mulheres gestantes? Terá o pai de família direito a votar três vezes no nome da sua filha menor e do feto em gestaçom? Chegaremos a ver ao feto participando de debates públicos?

A este esperpento de sociedade nos está levando o avance do Partido Popular na e do conservadorismo em geral na Europa, num terreio aboado, temos que reconhecê-lo, por a entrega dumha parte das forças progressistas, aos ditados do poder financeiro. 

A pobreza e a marginaçom emergentes polo efeito destas políticas impostas, tenhem aguardando às estruturas católicas, e também em menor medida, doutras confesións religiosas, para volver a encher os seus templos. A caridade suplindo à solidariedade e à justiça social, umha vez que os sectores públicos de assistência social sejam depauperados e privatizados. Eis o controlo social mais perverso, o exercido polo prato de comida quente.

Neste rio revolto, aparecem iniciativas de protesta e denuncia que, intentando defender posicionamentos laicos, entram num terreio que converte em vitimas aos verdugos. Os ataques às igrejas, ou a irrupçom em espaços de culto, som ataques à liberdade religiosa que é um direito humano, e como tal deve ser respeitado. 

Para visualizar ou simbolizar todas estas manifestaçons e protestas, hai edifícios vinculados à hierarquia católica, departamentos nas universidades, mesmo entidades financeiras,… que nom som lugares de culto, e que sinalam a diferença entre o que é a espiritualidade e a instituiçom patriarcal e antidemocrática que pretende imponher o seu proxecto a toda a sociedade, utilizando o seu poder econômico e os seus diferentes lobbys.

Estamos às portas de fortes convulsons sociais, nom deixemos de consultar a brúxula. É preciso nom perder o rumo e que o tsunami social nom acabe movendo os muinhos da direita para volver a proxectar a nossa vida em branco e preto.

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