05/05/2011

Fatah e Hamas assinam acordo histórico

Artigo tirado aqui.
Acordo “É uma vitória nacional para os jovens que exigiram 'o fim da divisão'”, diz Mustafas Barghouti. Foto de photonburst, FlickR

“Anunciamos aos palestinianos que virámos para sempre a página negra da divisão”, disse o presidente da Autoridade Palestiniana, e líder da Fatah, Mahmoud Hamas, na cerimónia de assinatura do acordo entre as duas principais facções palestinianas no Cairo.
“Decidimos pagar qualquer preço para concretizar a reconciliação”, disse Khaled Meshaal, líder do Hamas. “A nossa verdadeira luta é com o ocupante israelita, não com facções palestinianas e filhos de uma só nação.” Meshaal defendeu ainda um Estado Palestiniano na Cisjordânia e em Gaza, sem colonatos e sem conceder uma só polegada de terra ou o direito de retorno dos refugiados.
“O Estado Palestiniano tem de nascer este ano”, disse Abbas.
Para Mustafa Barghouti, líder da Iniciativa Nacional Palestiniana, o acordo “a culminação dos esforços de reconciliação que se desenvolveram rapidamente nas últimas semanas em resposta às exigências populares. “É uma vitória nacional para os jovens que exigiram 'o fim da divisão'”.
No acordo, Hamas e Fatah comprometem-se a "encerrar as divisões", a formar um novo governo de unidade e a realizar eleições gerais – parlamentares e presidenciais – no primeiro semestre de 2012.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, condenou o acordo e afirmou que se trata de um "golpe duro ao processo de paz e uma grande vitória do terrorismo".
Horas antes da assinatura, Netanyahu pediu a Abbas que cancelasse imediatamente o acordo.
Manifestações de apoio
Pela primeira vez em quase quatro anos, a bandeira da Fatah foi erguida junto à do Hamas em Gaza, numa manifestação para comemorar a reconciliação. Cerca de duas mil pessoas reuniram-se na Praça do Soldado Desconhecido, em Gaza, para manifestar apoio ao acordo. Também houve manifestações na Cisjordânia.
Os Estados Unidos reagiram friamente ao acordo. Mark Toner, porta-voz do Departamento de Estado, disse que os EUA vão analisar a formação de qualquer novo governo antes de dar passos para um auxílio futuro.

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