13/10/2011

Contra o extremo-centro

Tariq Ali. Artigo tirado de aqui.
Tirado de La Haine (aqui).

Depois dos auspiciosos protestos de Wisconsin, estaremos a a assistir ao início de um Verão egípcio em Nova York? A Primavera tem andado distante do coração da América política por demasiado tempo. Os Invernos gélidos dos anos Reagan e Bush não derreteram com Clinton ou Obama: homens ocos que governam um sistema oco, onde o dinheiro domina tudo e o tão difamado Estado é usado principalmente para preservar o status quo financeiro e financiar as guerras do século 21. A discussão, a abertura, o debate sério praticamente desapareceram da vida política dominante nos Estados Unidos e das suas versões mais extremas na Europa, com o Reino Unido a fazer de galo no monte de estrume. A extrema direita é pequena. A extrema esquerda mal existe. É o extremo-centro que domina a vida política e financeira.

Os manifestantes do Ocupar Wall Street estão, consciente ou sub-conscientemente, a protestar contra um sistema de capital financeiro despótico; um vampiro infectado pela ganância que precisa sugar o sangue dos não-ricos para sobreviver. Os manifestantes estão a mostrar o seu desprezo pelos banqueiros, pelos especuladores financeiros e pelos seus mercenários dos média, que continuam a insistir que não há alternativa. Como o sistema de Wall Street domina a Europa, as versões locais desse modelo existem aqui também. Os jovens pulverizados de gás-pimenta pela polícia de Nova York podem ainda não saber o que querem, mas sabem muito bem contra o que estão, e isso é um começo importante.

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