22/03/2012

A Grécia estará a tornar-se num país do Terceiro Mundo?

Tirado de aqui. Segundo noticia a Greek Left Review, os cortes orçamentais na área da saúde, que atingem os 40%, estão a traduzir-se no aumento do número de casos de portadores de HIV, de malária e de tuberculose. Os cidadãos não têm condições para aceder a cuidados de saúde privados e os serviços sociais estão em “colapso”.



O número de cidadãos gregos diagnosticados com malária registou um aumento acentuado, segundo alertam as agências de apoio no terreno. A malária estará mesmo a tornar-se endémica no sul do país pela primeira vez desde o início de 1970.

Mediante a extinção do programa de troca de seringas, o número de casos de HIV na Grécia também está em ascensão. No centro de Atenas, o número de portadores de HIV entre os toxicodependentes cresceu 1250 por cento nos primeiros 10 meses de 2011, em comparação com o ano anterior, segundo dados dos Médicos Sem Fronteiras. O aumento do número de casos na população em geral foi de 52%.

Existe mais prostituição nas ruas e os toxicodependentes viciados em heroína têm mais dificuldades em encontrar anti-retrovirais.

Está a ser registada, pela primeira vez, a transmissão do HIV de mãe para filho, situação que é usual na África subsariana e não na Europa.

Existem também registos de um aumento acentuado no número de casos de tuberculose na população imigrante e de casos de Febre do Nilo, que levaram à morte de 35 pessoas em 2010.

Reveka Papadopoulos, dos Médicos Sem Fronteira, afirmou ao jornal Guardian que os cortes no setor da saúde, que se traduziram no despedimento de muitos trabalhadores e estrangularam o financiamento dos hospitais em 40%, têm deixado os serviços sociais gregos “sobre forte pressão, senão mesmo em situação de colapso”.

“O que estamos a ver são indicadores muito claros de um sistema que não está a conseguir dar resposta”.

Os “pesados” e “cegos” cortes orçamentais foram acompanhados de um aumento na procura dos serviços hospitalares de 24%, o que se justifica basicamente, segundo adianta Reveka Papadopoulos, pelo facto dos cidadãos “não conseguirem simplesmente pagar pelos serviços privados de saúde”.

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