Ministro das Finanças alemão terá preparado um novo
pacote de 10 mil a 20 mil milhões de euros. Troika, Alemanha e França
fizeram reunião secreta sem convidar o governo grego. Novo memorando
será acompanhado de “medidas brutais”. Mais de metade dos idosos gregos
passam fome.
Mais "medidas brutais" a caminho da Grécia. Foto de Cryptome
O presidente do Eurogrupo, Jerome Dijsselbloem, admitiu nesta
terça-feira em entrevista à RTL que a Grécia pode precisar de novos
empréstimos. Fontes oficiais ouvidas pela agência Reuters falaram de um
resgate no valor de 10 mil a 20 mil milhões de euros. No fim de semana, a
revista alemã Der Spiegel informou que o ministro das Finanças
alemão, Wolfgang Schäuble, tinha esboçado um terceiro pacote nesse
valor, e que poderia ser apresentado ao parlamento grego ainda antes das
eleições europeias de maio.
Governo grego não foi convidado
Para completar o panorama, o Wall Street Journal informou na semana passada que houve uma reunião secreta entre a troika, a Alemanha e a França para debater o terceiro resgate. O diário financeiro norte-americano informou também que Yiannis Stournaras, ministro das Finanças grego, não foi convidado para o encontro. Não são conhecidas as conclusões.
Noutra entrevista, Dijsselbloem insistiu que a Grécia deverá fazer mais esforços para cumprir as suas metas de “ajustes”. Torna-se difícil de imaginar o resultado desses “esforços”, quando se sabe, por exemplo, que mais de metade dos idosos gregos já são incapazes de obter o mínimo de alimentação necessária para sobreviver, segundo uma investigação da ONG Life Line.
11 mil milhões de dívida vencem em maio
A situação da Grécia volta a complicar-se porque em maio, vencem títulos de dívida de 11 mil milhões de euros e não há a menor condição de pagá-los. O FMI fechou a torneira das tranches do empréstimo em julho passado, o que significa que deixou de entregar ao país 3,8 mil milhões de euros que estavam previstos, com o argumento de que não foram cumpridas as condições exigidas.
O governo grego prepara a chegada da troika com o que considera serem uma avalanche de “boas notícias”, como a de ter conseguido que o défice primário chegasse a um superávit de 1,5 mil milhões, acima dos 812 milhões previstos.
Mas a manchete do diário conservador Dimokratia mostrou uma abordagem bastante diferente: “Schaüble prepara uma nova rodada de tortura”, dizia, prevendo que um novo resgate será acompanhado de “medidas brutais”.
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