A última redada volta a deixar denúncias de torturas, e com um caso especialmente grave. O movimento pró-amnistia difundiu ontem que um dos jovens, Egoi Irisarri, teve que ser levado a Urgências após receber «numerosos golpes nos testículos». Assegura que os polícias sabiam que anteriormente sofria uma infecção de urina. Acrescenta que o promotor ordenou que se pesquise sua denúncia. O resto também referiram golpes ou «a bolsa».
Treze dos catorze jovens detidos na última redada estão em prisão, e desde ali explicaram que de novo se produziram maltratos e torturas nesta última operação, executada desta vez pela Polícia espanhola. Segundo difundiu na manhã de ontem o movimento pró-amnistia, o caso mais preocupante é o do jovem de Iruñea Egoi Irisarri, até o ponto de que o promotor ordenou que se pesquise sua denúncia.
O próprio Grande-Marlaska tinha recusado anteriormente a petição de habeas corpus interposta para que os jovens passassem a disposição judicial quanto dantes, bem como a adopção de outras medidas para evitar torturas. Já na manhã do domingo, os familiares expressaram seu alarme por sua situação e pela falta de notícias. Então levavam já dois dias e médio incomunicados. Finalmente, permaneceram mais de três dias nos calabozos da Polícia espanhola, e várias horas mais incomunicados na Audiência Nacional, à espera de passar ante Grande-Marlaska.
De novo "a bolsa"
Os jovens explicaram que neste período sofreram maltratos físicos e psicológicos, entre os que destaca de novo a aplicação de «a bolsa» para lhes deixar sem respiração. O movimento pró-amnistia dá conta também de que padeceram golpes e ameaças contínuas.
Além do caso de Irisarri, sabe-se que em consequência do passo por delegacia outro detento, Imanol Beristain, tem um grande hermatoma na zona das costelas.
Nos próximos dias poder-se-ão conhecer mais detalhes ao respecto, já que por enquanto o contacto com os jovens foi muito breve. Todos eles foram levados ao cárcere de Soto do Real, salvo Xabier Bidaurre e Ibon Esteban, que se encontram no módulo de jovens da prisão de Alcalá.
O movimento pró-amnistia remarca que estas novas denúncias de torturas coincidem com a celebração do julgamento pelo caso de Igor Portu e Mattin Sarasola em Donostia, e conclui disso que o Governo espanhol segue com sua estratégia e «quer mandar uma mensagem clara: através destas torturas, mostrar que está disposto a sabotear o processo político aberto em Euskal Herria mediante a repressão mais brutal».
Dirige-se ademais ao PNV, a quem pergunta se «seguir com este tipo de operações e torturar aos jovens é parte de seus acordos com Madrid. O silêncio que mostrou ante os últimos casos lhe faz colega de viagem desta brutalidad».
Um detido em Madrid
Por outro lado, o apoio aos encarcerados derivou numa detenção ante a Audiência Nacional. Trata-se de um jovem de Itzulbaltzeta, capturado às 23.30 da terça-feira na fachada trasera do tribunal especial, quando a saída da grilheira policial caminho de prisão foi recebida com gritos de ânimo e de «Jo ta ke, irabazi arte» pelos concentrados.
Achegados dos detentos denunciaram que várias pessoas foram postas contra a parede -três delas retidas durante longo tempo- e que o jovem de Itzulbaltzeta resultou detido depois de todo um «placaje» por parte dos agentes. Em total, foram dezasseis as pessoas identificadas finalmente nesta intervenção policial.
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