17/02/2011

O PP reinstaurará a cadea perpétua se chega à Moncloa

Antom Fente Parada.

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Depois de denunciarmos a nova Lei de Família do Governo Habichuela, depois de clamar contra a privatizaçom e mercantilizaçom da auga através da Lei de Augas, depois de ficar aterecidos com o Novo Plano Aquícola... mais e novas reformas involutivas e reaccionárias se avizinham. 

A primeira, e innevitável, dá-nos umha ideia do que será a política laboral e fiscal de Mariano Rajoy se ganha as eleiçons estatais, toda vez, que estám dispostos a deixar as reformas do partido da direita no Governo do Reino (o PSOE, se Pablo Iglesias...) como bagatelas ao pé das suas ofensivas reaccionárias e ultraliberais. O lançamento do Plano Téxtil Moda Visom 2020, dotado com onze milhons de euros, anima a empresários como Adolfo Domínguez (campiom do despedimento livre e a "flexibilidade" - palavra que fai tremer a qualquer trabalhador que a ouça-) a exportar e competir nos preços e na flexibilizaçom nos horários, a qualidade, o desenho... Ou seja, que nom se fam ascos a que umha galega trabalhe num talher familiar para Zara à destalho cobrando umha escassa margem por cada peça elaborar com jornadas laborais superiores às das cigarreiras da Fábrica de Tabaco da Crunha antes de 1931!!! Quererám que compitamos em ordenado com Índia e China, ou como defende o anarco-capitalista e professor da USC (em CC. Políticas e CC. da Comunicaçom), Miguel Anxo Bastos, instaurarar o trabalho infantil. Laisser-faire...

Aos teóricos da utopia reaccionária ultraliberal do estado mínimo, conviria lembar-lhes duas cousas. A primeira é que Adam Smith é um teórico pré-capitalista é que muito provavelmente for aliás anticapitalista, embora agora nom tenha tempo para deter-me neste ponto. Em todo caso, dizer que no seu livro An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations (A riqueza das naçons), Adam Smith - também o corrobora em A teoria dos sentimentos morais ou as Liçons de jurisprudência (nom publicada-, presupom sempre a existência dum Estado forte que regular o mercado (a famosa "mao invisível" deturpada polo ultraliberalismo), sendo o mercado UM INSTRUMENTO do goberno para subministar ao povo umha renda ajeitada ou, em rigor, para habilitar os cidadaos para alcançá-la por si próprios, polo que é preciso regular a economia evitando os seus efeitos nocivos (as "externalidades" da economia clássica). Como Gunder Frank assinala nom é por acaso, que um dos principais teóricos do ultraliberaismo, Milton Friedman da Escola de Chicago, deixara de parte quase a totalidade do pensamento de Smith, trocando o seu lugar por Alfred Marshall do que di que estudemos apenas as notas a rodapé (sem considerarmos analiticamente o corpo da sua argumentaçom nem as suas achegas empíricas). Pseudociência onde só deve seguir a disciplina de mercado os que menos tenhem: as classes trabalhadoras.

A segunda questom que conviria lembrar-lhes é que a utopia reaccionária ultraliberal tem-se manifestado como um continuado fracasso. Se na década de setenta 90% dos flujos de capital se relacionavam com a economia real agora estima-se que menos de 5%, o resto é especulaçom e cada vez a mais curto prazo. Quando essas especulaçons explodem acode-se às classes trabalhadoras para socializar as perdas através do estado, no que Ignácio Ramonet define como o "socialismo dos ricos". A dívida privada torna-se pública (entende-se que a dívida privada dos grandes, mas também as hipotecas dos pequenos porque a banca é resgatada) e o ciclo especulativo renova-se, por vezes, como vemos em Eurolándia, atacando até os próprios "resgatadores". É a natureza do escorpiom própria do capitalismo.

A segunda é ainda evitável reforma reaccionária do PP tem a ver com o estado penal cada vez mais pronunciado, própio de regimes totalitários, coma o ultraliberalismo, e de sistemas políticos em  crise  e cuja legitimidade desce para os cidadaos de dia para dia, como é o caso da II Restauraçom bourbónica e dos seus principais agentes políticos: corruçom, abstençom, economia submergida, desemprego... 

Pois bem neste marco, o PP prepara, ou esta é polo menos a minha teoria, umha berlusconizaçom do Reino de Espanha, para o que o controlo mediático e o estado penal som fundamentais. De ganhar em Extremadura, na Moncloa e em Andaluzia o PP governará todas as CC.AA agás Catalunya e Euzkadi (que serám demonizadas e satanizadas), controlará todas as canles públicas e também a maioria senom todas as privadas, e ainda por cima restaurará a cadea perpétua tal e como lhe exigiam há dous meses desde Intereconomia, imám da extrema-direira que com El Mundo e demais literatura panfletária fascista marcam a agenda do principal partido da oposiçom.

O anúncio foi feito por Federico Trillo para quem a cadea perpétua revisável (um adjectivo para criar um formoso eufemismo) é necessária porque desde a supresom da pena de morte no Estado espanhol (oh tempa!, oh mora! que diria Cícero) nom existia umha outra pena com a "suficiente entidade" para substituí-la. Mais claro em garrafa, como nom podem voltar impor a pena de morte (quedaria feo) instauram umha pena de morte em vida. Privatizarám também os cárceres coma nos EUA e ateigarám-nos de presos políticos e subsaarianos pagos com fundos públicos enquanto dilapidam a sanidade e a educaçom? Lembremos que por trás da Lei Arizona estavam interesses das empresas carcelárias ou que a populaçom carcelária do Estado espanhol é a mais alta de Europa pola sua legislaçom extremadamente punitiva herança da ditadura. Como indicava em 1999 Noam Chomsky:
Houvo um rápido aumento da encarcelaçom desde 1980 [nos EUA], engadindo por volta de 8% oficial ao desemprego. Há umha razom para isso, segundo acredito. Os criminalistas professionais comentam-no. Os EUA tenhem umha populaçom sobrante; se estiveramos em qualquer estado do Terceiro Mundo - digamos Colômbia- enviariamos a um esquadrom da morte a assassiná-los. É o que se tem denominado limpieza social, umha bonita expresom latinoamericana. Porém nos EUA somos mais civilizados, nom temos esquadrons da morte; mandamo-los ao cárecere - entre outros modos de desfazer-nos deles-.

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