Os serviços públicos, hospitais e escolas, os transportes e os media estão esta quarta-feira paralisados devido à greve geral convocada pelas principais centrais sindicais. 150 mil "indignados" gregos cercaram o Parlamento e tentaram furar a barreira policial, o que deu origem a confrontos violentos.
Mais de 500 mil “indignados” gregos reuniram-se na praça Syntagma, em Atenas, à frente do Parlamento. Acampados na praça há três semanas, os manifestantes vão formar uma cadeia humana e cercar o parlamento. Foto Orestis Panagiotou/EPA/LUSA.
Os maiores sindicatos gregos iniciaram uma greve geral de 24 horas contra a austeridade, a terceira deste ano, enquanto o Governo se prepara para uma batalha legislativa para avançar com um novo plano de cortes, no valor de 28 mil milhões de euros, e privatizações exigidos pela troika, em troca de mais “ajuda” externa, um pacote de empréstimo de 110 mil milhões de euros.
Além da circulação de comboios e barcos, a greve também está a paralisar a imprensa (na rádio e na televisão há programas que não foram para o ar), a banca, os infantários e as empresas estatais em vias de privatização.
Os hospitais públicos apenas atendem casos urgentes e o comércio em Atenas estará fechado durante três horas, até ao meio-dia. As excepções são as companhias aéreas e os aeroportos, que vão funcionar normalmente, uma vez que o sindicato dos controladores de tráfego aéreo cancelaram a sua participação na greve
"Eles continuam a pedir-nos para darmos mais", disse Ilias Iliopoulos, o secretário-geral da ADEDY, sindicato dos funcionários públicos. "Agora eles vão, novamente, cortar os nossos salários a partir do pouco que nos resta."
Milhares tomam as ruas de Atenas em protesto
Milhares de gregos estão a invadir as ruas de Atenas, numa manifestação gigante que tenta impedir a aprovação de um novo plano de austeridade pelo Parlamento e que já provocou alguns feridos em confrontos com a polícia.
Durante a manhã, 150 mil “indignados” gregos reuniram-se na praça Syntagma, em Atenas, à frente do Parlamento. Acampados na praça há três semanas, os manifestantes tentaram formar uma cadeia humana e cercar o parlamento. Mas a polícia colocou 1500 agentes na rua e uma barreira de dezenas de veículos estacionados à frente da entrada do parlamento, erguendo barricadas de 2 metros para permitir o acesso aos deputados e impedir a multidão de se aproximar. Várias artérias em torno do parlamento foram fechadas à circulação e aos peões.
Vários manifestantes tentaram romper a barreira policial que circunda o Parlamento mas foram repelidos com gás lacrimogéneo pelos agentes das forças de segurança. Dos confrontos desta manhã resultam já 40 detenções.
Um balanço das autoridades de saúde aponta para três feridos ao início da tarde, mas os serviços de ambulância contabilizaram pelo menos sete. Este é um balanço bastante deficitário uma vez que os confrontos com a polícia mantém-se e mais pessoas vão chegando à Praça Syntagma, em Atenas.
Eurogrupo num impasse em relação à ajuda à Grécia
Os ministros das Finanças da Zona Euro reúnem-se domingo, no Luxemburgo, para avançar na definição de um segundo plano financeiro de ajuda à Grécia, na sequência da falta de acordo durante o encontro extraordinário que decorreu esta terça-feira, em Bruxelas.
"Vamos continuar a trabalhar sobre a Grécia numa reunião do Eurogrupo no Luxemburgo, no domingo", anunciou o ministro belga das Finanças, Didier Reynders, à saída da reunião extraordinária, citado pela Efe.
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