16/07/2011

"Fundamentos" são piores nos EUA do que da Itália

Artigo tirado de aqui.

Os fundamentos macroeconômicos dos EUA e Inglaterra são muitos piores, mas não têm recebido, por parte dessas agências de classificação de risco, o mesmo tratamento de outros países, como Grécia, Portugal, Espanha ou, mais recentemente, Itália.

Detentores das maiores dívidas do mundo (respectivamente US$ 13,4 trilhões, US$ 9,08 trilhões, US$ 5,2 trilhões e US$ 5 trilhões), além de relação dívida/PIB próxima de 100% e déficits nominais bem acima do recomendado pelas agência de risco, EUA, Inglaterra, Alemanha e França não têm recebido, por parte dessas agências, o mesmo tratamento de outros países, como Grécia, Portugal, Espanha ou, mais recentemente, Itália, que ocupam as páginas negras da economia ultimamente.

O economista José Luiz Oreiro, da Universidade de Brasília (UnB), pondera que a dívida italiana já é alta há muito tempo - boa parte em mãos de italianos - e o país não ocupava as manchetes de jornais. "Não há nenhuma razão objetiva para piora na avaliação de crédito do país. Parece que é puramente especulativo mesmo, talvez pela própria fraqueza do atual governo".

Já a Inglaterra, para Oreiro, manteve soberania para conduzir sua política econômica ao não aderir ao euro. "O país fixa sua própria taxa de juros", resume, acrescentando que a Alemanha está crescendo cerca de 3% ao ano, puxada pelas exportações, e tem as contas públicas razoavelmente ordenadas.

"A Alemanha está bem no contexto europeu, enquanto a França, que tem economia impulsionada pelo mercado interno, ocupa posição razoável. Ambos os países têm bom nível de competitividade e são pontos fora da curva no continente."

Oreiro ressalva, porém, que uma eventual reestruturação da dívida grega afetará bancos franceses e alemães. "O Banco Central Europeu fez teste de estresse e, teoricamente, os bancos suportariam. Mas não se sabe o grau de confiabilidade desses testes", finaliza.


A quarta rodada de negociações do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, com os líderes partidários, na última terça-feira, acabou sem acordo. A reunião durou cerca de duas horas, na Casa Branca. No encontro, Obama disse que se não houver consenso há risco de não pagar os benefícios para aproximadamente 50 milhões de aposentados, veteranos e pessoas com deficiência no país.

"Há ameaça porque não temos dinheiro nos cofres", disse Obama. As conversas do presidente com os parlamentares envolve o pagamento de US$ 14,3 bilhões da dívida pública. Os republicanos, que fazem oposição à Casa Branca, são contrários à elevação do teto da dívida até que façam cortes significativos.

Para a Casa Branca, a oposição está analisando o caso da dívida como tema político, enquanto o governo defende que é uma questão nacional. "É uma sociedade democrática, não é um problema republicano. É um problema norte-]americano", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

Paralelamente, os empresários norte-americanos informaram que apoiarão o governo na busca por um acordo sobre a dívida, mas que há preocupação e até uma certa impaciência.

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