Hoje produziu-se em Itália o que se dera no Reino de Espanha após a reunião do Ecofine em que um mal encarado Zapatero anunciava "ajustes". O governo italiano quer reduzir o deficit em 79.000 milhões de euros atacando, coma sempre, aos mais desfavorecidos com subas de impostos que lhe custarão a cada família mais 1.200-1.800 euros (achegando 24.000 milhões de euros mediante este procedimento). A sanidade sofrerá um recorte de 8.700 e as câmaras municipais 21.000 e reintroduze-se o co-pago sanitário (10€ por visitar a um especialista e 25€ por empregar as urgências). As aposentadorias também se vem afectadas, aumento da idade de reforme e congelação. Todos os sectores económicos, aliás, serão liberalizados o que destruirá ainda mais emprego e afundará na crise.
A pesar de tudo isto, Itália teve que pagar o preço mais alto pela sua dívida em quinze anos, eis os magníficos resultados dos "ajustes". No mesmo dia e no mesmo jornal vemos como a UE e o FMI davam uma salva de palmas quando Irlanda anuncia o plano de poupança ou que a crise da dívida já é muito pior do que o cenário "extremo" ("praticamente impossível") do exame à banca. As perdas na dívida soberana já superam com muito em Grécia (19'5%), Irlanda (25%) e Portugal (32'5%) e também se dão perdas em todos os prazos da dívida (nos bonos a dous e cinco anos muito consideráveis) perante a perspectiva de que se poda produzir uma suspensão de pagos nesses três estados.
No entanto, quanto mais cai o preço do bono, mais sobe a rendibilidade real e ao tempo o instrumento das provas de stress à banca, que em teoria deveriam gerar confiança, foi mais uma "armadilha" para induzir conscientemente mais "pânico" nos "mercados" e alimentar o conto de nunca acabar em que se submergiu a economia ortodoxa ultraliberal (veja-se por exemplo como Alemanha ocultando provas dos seus bancos não sofre o ataque dos "mercados").
No Reino de Espanha CatalunyaCaixa, Unnim, Banco Pastor, Caja3 e CAM não aprovaram as provas, ou seja, cinco das oito que reprovaram os testes em Eurolândia. As ameaças da troika e da sua filial, o Banco de Espanha, vão em aumento e já se adverte que em caso de resgate se instaurará o co-pago sanitário, subida do IVA, etc. Se se conhece o volume de fundos baixíssimos que realmente tem a banca e a desconfiança mútua vê-se o delicado estado da situação da banca europeia, muito agravada no caso do Estado espanhol por muito que a ministra de Finanças Elena Salgado faça uma outra leitura e por muito em que se insista em que todos os bancos do Estado se submeteram praticamente a estas provas (uma armadilha mais para devorar e bancarizar as caixas e para impelir a novos recortes).
Imagem tirada de aqui. |
Ao outro lado do Atlântico a potência hegemónica em declínio dá sintomas da sua queda final. O bloqueio da negociação de recortes pode conduzir os EUA para a falência e de dar-se os recortes só farão destruir ainda mais a economia real. De não chegar-se a um acordo os reformados, a administração, etc. ficaria sem um cão a partir do 2 de agosto. Aliás, China ficaria sem cobrar os seus bonos (e o mundo inteiro) recrudescendo a crise global e empurrando-nos para um panorama ainda mais catastrófico do que o de 1929. O terrorismo financeiro da Moody's e a Standard & Poors já ameaçaram com rebaixar a qualificação da dívida norte-americana em poucos dias, todo para alimentar a voragem dos especuladores sem importar-se pelo destino de milhões de pessoas em todo o globo.
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