11/07/2011

A pobreza no Estado espanhol

Antom Fente Parada, co-editor deste blogue e membro do Conselho Editorial de Altermundo.

http://www.enciclopedia.com.pt/images/desempregados_1933.jpg

Em dados exactos o 20'8% da populaçom, 8.500.000 pessoas, se seguirmos os dados do Inquérito de condiçons de vida, elaborado polo Instituto Nacional de Estatística (INE) e disponhível para consulta neste site, som pobres. Estes pobres dentro do denominado Primeiro Mundo (e enquadrados nalgumhas resenhas como "quarto mundo" - o segundo era o do socialismo de estado e o terceiro os estados subdesenvolvidos do sul-) vivem com menos de três quartas partes do Salário Mínimo Interprofissional. 2.000.000 passam fame cada dia, dado terrorífico que longe de remitir inça e as capas de renda média polarizam-se a cada passo com maior velocidade.

O perfil do pobre no Reino de Espanha é o dum indivíduo de menos de 40 anos, que trabalhou na construçom, que passou de cobrar ordenados bastante bons a ter que procurar-se o sustento sem emprego, na maioria dos casos com umha formaçom académica muito baixa, sem vivenda ou a ponto de perdê-la por mor da hipoteca, sem recursos e, nos casos com mais fortuna, com umha propriedade imobiliária da que nom podem desfazer-se e que lhes produze gastos que nom podem assumir.
 

Aliás, a isto une-se que 1.655.000 cidadaos já esgostárom a prestaçom por desemprego e a ajuda dos 400€ polo que sobrevivem em muitos casos com muitas penúrias, ora recorrendo ao emprego submergido (8% do PIB), ora mercê à ajuda das suas famílias. Neste quadro nom é difícil compreender como é que as lojas de "Compro Oro" se multiplicam como os cogumelos no outono, pois os novos pobres vam desfazendo-se de todas as suas pertenças e recorem a comedores sociais, Caritas e outras ONG's.

A todo isto une-se a quantidade de antigos membros da classe meia que sobrevivem na unidade familiar com um único ordenado, presionados à baixa, que vivem atafegaos pola hipoteca... Um inferno em que a maioria, no entanto, prefire nom combater colectivamente e tentar socialmente manter as apariências com a esperança de topar trabalho e mudar a situaçom. Neste alude de incertidume e pánico nas economias familiares nom é extranho que, perante a hegemonia no bom senso da Nova Direita e perante a modelaçom do horizonte de expectativas por um binómio político mediático integralmente instalado na ortodoxia ultraliberal, haja um reponte da direita e até da extrema direita e da xenofobia.

Umha ortodoxia que está sendo extremadamente suculenta para os ricaços do Reino de Espanha e a grande banca segue a inçar os seus lucros batendo registos:
Se a economia submergida equivale a quase uma quarta parte do PIB, se uma grande parte importante da mesma se deve a "a vertente fiscal", se somente o 0,035% de todas as declarações do IRPF do ano 2009 superava uns rendimentos brutos a mais de 600.000 euros, e se segundo os que conhecem bem o mundo dos ricos pois são os seus potenciais clientes, tinha 143.000 pessoas no Reino de Espanha com alto valor neto... parece que as coisas estão bastante claras.


Eurolándia, como na década de 30 do século passado vai caminhando para o abismo.


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