23/09/2013

Grécia: Milhares de pessoas protestam contra ataque de nazis a nove militantes do KKE

 
 Esta sexta feira, milhares de pessoas ocuparam as ruas de Atenas em protesto contra o violento ataque levado a cabo por cerca de cinquenta elementos do partido neonazi Aurora Dourada, na sequência do qual nove militantes do Partido Comunista grego (KKE) foram encaminhados para o hospital com ferimentos graves.
 
 
 
 
 
  Naquele que, segundo avança o jornal Guardian, foi descrito como um ataque assassino, e o mais violento desde a eleição do Aurora Dourada para o parlamento grego, cerca de cinquenta membros desse partido neonazi, munidos com bastões e barras de ferro, atacaram um grupo de militantes do Partido Comunista grego (KKE), que distribuíam propaganda num bairro operário da capital, na passada quinta feira.

 “A forma como atuaram e as armas utilizadas... são a prova da natureza assassina do ataque. Entre os membros do Aurora Dourada, alguns dos quais com a cara tapada ou capacetes ou t-shirts do partido, estavam os seus líderes, bem conhecidos fascistas e bandidos”.

 O autor Dimitris Psarras, que tem narrado a ascensão do Aurora Dourada ao longo de quase quatro décadas desde a queda do regime militar, defende que a agenda do partido neonazi passa por “criar uma atmosfera de guerra civil na Grécia, uma divisão onde as pessoas têm de escolher entre esquerdistas e direitistas”.

 O ataque foi “muito bem organizado e o mais sério até à data. Eles já não estão a atacar apenas imigrantes durante a noite. Estão a aumentar deliberadamente as tensões, a espalhar a sua agenda de ódio indo através de militantes de esquerda”, avançou Psarras em declarações ao Guardian.
No início do ano, a Associação Muçulmana da Grécia recebeu uma carta com a insígnia do Aurora Dourada na qual era referido que se os muçulmanos não abandonassem o país seriam “abatidos como galinhas”. Esta semana, o partido publicou no seu site um comunicado violento onde identifica o sionismo no mundo como o “arquiteto do terrorismo global”.

 Mediante o apoio de alguns clérigos ao partido neonazi, os comentadores questionam-se se a Nova Democracia não deverá unir forças com o Aurora Dourada, com quem partilha pontos de vista semelhantes sobre questões de ordem pública.

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