Esta medida levou a população local a fazer uma manifestação de mais de 10 mil pessoas para defender a sua língua mãe, na semana passada.
O cantonês é a língua da população desta área do país, principalmente na província de Guangdong, que tem uma população de 110 milhões, assim como é falado em Hong Kong e Macau, como línguas oficiais. O cantonês também é bastante usado nas comunidades chineses em todo o mundo.
É impressionante que num momento em que o planeta vive todo o tipo de problemas, a burocracia do partido comunista chinês ainda encontre tempo para se dedicar a este tipo de actividades.
Em 1982, a burocracia chinesa transformou o “Putonghua” (Mandarim) na língua oficial do pais, o que levou ao desaparecimento das diversas línguas e dialectos das transmissões dos meios de comunicação chineses. Uma tentativa de manter a ferro e fogo o controle sobre as comunicações do pais mantendo a opressão sobre a população chinesa.
Os últimos protestos de Guangzhou foram realizados pela juventude local. A maioria dos participantes tinham entre 20 e 30 anos. Foi um protesto realizado contra o governo chinês que havia proibido o acto e prendido um dos organizadores na noite anterior.
Mesmo assim a juventude rebelde de Guangzhou saiu às ruas para defender o direito a falar e utilizar a sua própria língua.
Manifestações deste tipo são raras na China, já que o repressivo regime chinês não permite que a maior população do planeta possa exercer os mais elementares direitos democráticos.
A internet tem sido um dos instrumentos utilizados pela manifestantes para se organizarem. A província de Guangdong, onde fica Guangzhou, tem sido cenário de uma poderosa onda de greves nos últimos meses que atingiu marcas japonesas importantes como a Honda e a Toyota, e, ao que parece, transformou-se no centro de vanguarda da luta democrática na China.
“Cantonês! Cantonês!”, gritavam os manifestantes que fizeram inúmeros discursos inflamados na sua língua mãe.
A policia anti-distúrbios tentou impedir que mais manifestantes se juntassem ao protesto. A irada juventude cantonesa dava o troco: que se lixe o Mandarim!
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