Daniel Bensaïd. Histórico dirigente da esquerda gala, um dos seus últimos livros publicados denantes de morrer, Mudar o mundo, segue sendo umha análise dumha lucidez admirável onde, entre muitas outras cousas, se rebate com extrema precisom o conceito de multitude de Toni Negri.
Para Marx, a crise de 1857 coloca em evidência o divórcio entre o valor de uso do produto e o valor de troca expresso no dinheiro. Este texto constitui a primeira parte da introdução de Daniel Bensaïd à recolha de textos de Marx sobre as crises publicada por Demopolis: Karl Marx, As Crises do Capitalismo, Demopolis, Paris, Junho de 2009. Aliás, existe uma edição em castelhano mais recente que se repartiu com o jornal Público.
"Marx e as crises" (por Daniel Bensaïd)
21 de Agosto de 2009
A proeza de Marx, contemporâneo da primeira grande expansão bancária dos anos vitorianos e do Segundo Império, é ter atravessado as aparências, a superfície confusa das coisas, para procurar no coração do sistema as razões da ausência de razões, a lógica do ilógico.
Quando, no início dos anos 50, ele se dedica ao grande estaleiro da crítica da economia política, falta-lhe, no entanto, recuo histórico para apreender plenamente os ritmos da economia e desmontar os seus mecanismos. O próprio Ricardo, escrevendo sobre as crises de 1815, "não sabia, no fundo, nada sobre as crises". Os seus sucessores já não tinham as mesmas desculpas: "Os fenómenos posteriores, em particular a periodicidade quase regular das crises do mercado mundial, já não lhes permitem negar os factos ou interpretá-los como acidentais".
Para Marx, a crise de 1857 coloca em evidência o divórcio entre o valor de uso do produto e o valor de troca expresso no dinheiro. Este texto constitui a primeira parte da introdução de Daniel Bensaïd à recolha de textos de Marx sobre as crises publicada por Demopolis: Karl Marx, As Crises do Capitalismo, Demopolis, Paris, Junho de 2009. Aliás, existe uma edição em castelhano mais recente que se repartiu com o jornal Público.
"Marx e as crises" (por Daniel Bensaïd)
21 de Agosto de 2009
A proeza de Marx, contemporâneo da primeira grande expansão bancária dos anos vitorianos e do Segundo Império, é ter atravessado as aparências, a superfície confusa das coisas, para procurar no coração do sistema as razões da ausência de razões, a lógica do ilógico.
Quando, no início dos anos 50, ele se dedica ao grande estaleiro da crítica da economia política, falta-lhe, no entanto, recuo histórico para apreender plenamente os ritmos da economia e desmontar os seus mecanismos. O próprio Ricardo, escrevendo sobre as crises de 1815, "não sabia, no fundo, nada sobre as crises". Os seus sucessores já não tinham as mesmas desculpas: "Os fenómenos posteriores, em particular a periodicidade quase regular das crises do mercado mundial, já não lhes permitem negar os factos ou interpretá-los como acidentais".
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