31/12/2010

Umha pequena dica para encerrar o ano...

Antom Fente Parada.

Cai o sol e o 2010 vai-se dando início ao começo dumha década em que seguirimos afundando na crise que dará o pontapé final ao estado do bem-estar. Na Galiza, o governo Feijoo encheu de prevendas aos seus, beneficiou às transnacionais da energia que tratam a Galiza como enclave ao que expoliar, reduziu a investigaçom e o I+D+I, recurtou o professorado, sentou as bases para a privatizaçom da auga, da sanidade... Sacárom ajudas para emprendedores do rural, reduzírom-nas à metade e como ninguém as pediu logo sobrárom-lhes quartos... Galiza nom tem governo, e o BNG histórico já "nom existe". Eis esta Finisterre celta ferida de morte da sua identidade, moribunda no seu interior e no seu rural, desangrada na sua mocidade mais formada.... 

Galiza nom tem governo, mas tampouco tem oposiçom. Umha oposiçom que pacta com esta brigada de demoliçom e limpeza étnica a bancarizaçom das caixas ou que senta de convidado de pedra no tratamento das Directrizes de Ordenaçom do Território nom merece esse nome. Umha oposiçom, tanto do BNG e sobretodo do descomposto PSOE, mediocre e sem fôlegos, que nom dá conta aos olhos da cidadania dumha alternativa real à direita e à sua utopia ultraliberal. Com dados de paro e de pobreza catastróficos na Galiza, com um rural em bancarrota, com a mocidade sem perspectivas de presente nem de futuro para além do carpe diem... Nunha o nacionalismo galego, que nasce e se reproduze na sociedade, estivo a tal ponto divorciado dos aparatos políticos que o dim representar, sobretodo do aparato político, o BNG, que foi hegemónico durante décadas e a vanguarda da esquerda em Europa durante duas décadas. Quase nada.

Porém isso é passado. O futuro som umhas municipais que darám ao BNG um bom resultado, a pesar das armadilhas e do ataque dos Tiger V, dos panzers que ocupárom listagens monocores em chave interna. Se pode evitar umha forte abstençom, já que o PSOE está em caída livre - fora Vigo e quiçais Lugo-, e umha AN ordinária do BNG -convocada incumprindo o que marcam os estatutos (devia ser este ano tal e como pediu o EI) -que se convocará a seguir das eleiçons se os resultados som bons e mais avante se os resultados som maus e que darám pé, isso creio eu, a um "pauto" entre os dirigentes da U e do canal + para investir a Aymerich de candidato à Junta e evitar males maiores... Nas forças políticas em descomposiçom há mais preocupaçom por apagar o "inimigo interno" do que de afrontar os problemas exernos e suberter a hegemonia.

Entre tanto o Estado penal fica avante e agora como dixem que ia ser breve vou-me ver o derradeiro solpor enquanto leio um artigo de Beiras publicado em 17 de dezembro de 1988 e intitulado, bem bem ao caso, " 'Diciamos onte...' ¿Dirémolo aínda mañán?" e, em boa medida, intróito do muito mais recente "A doutrina dos dous mundos no nacionalismo galego":
Este país - Galiza- caraiterízase políticamente pola esquizofrenia. Quero dicer que, en Galiza, a política móvese en duas esferas que constituen mundos escindidos e carentes de nexo recíproco no plano da consciete, e que de xeito similar, conforme a ese mesmo esquema, vense compelidos a participar na política os propios cidadáns galegos. O mundo ou esfera onde se exerce o poder ou se xoga ao frontón parlamentario nada ten a ver co inframundo onde a xente espernexa frente aos graves problemas sociais que porén, segundo sempre se dí, constitúen a sustancia e obxeto mesmos da acción e o labor políticos.
Bom, 1984!

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