Cem mil manifestantes em Madison, Wisconsin, neste sábado 12 de Março de 2011
Alguns órgãos de comunicação consideram que foi a maior manifestação, das muitas marchas e protestos realizados no último mês, e uma das maiores de sempre da história do Estado de Wisconsin. A cidade de Madison tem uma população total de cerca de 250.000 habitantes e o protesto deste sábado juntou muitas dezenas de milhares, provavelmente mesmo mais de cem mil pessoas.
O governador não tem recuado perante os protestos e utilizou uma manobra, considerada inconstitucional até pelo partido democrata, separando a nova lei de medidas fiscais, para passar nas duas Câmaras sem maioria absoluta e assim chegar ao governador que a assinou. O processo está ainda em apreciação pelo tribunal, mas os manifestantes afirmam que não desistem e lutam pela demissão de Scott Walker.
A nova lei anti-sindical reduz o poder de negociação dos contratos colectivos para os trabalhadores da administração pública só a questões salariais; aumenta o preço do seguro de saúde; obriga a uma votação sindical anual na qual os trabalhadores terão de reconfirmar que querem continuar sindicalizados; acaba com o desconto para os sindicatos feito directamente pela administração pública.
Segundo assinala David Brooks, correspondente do jornal mexicano La Jornada, “versões do mesmo conflito expressam-se em pelo menos nove Estados – Indiana, Ohio e Iowa, entre outros -, onde está em marcha uma ofensiva política que procura romper o poder político e social dos sindicatos no sector público utilizando como justificação a necessidade de reparar os problemas fiscais que sofrem todas as entidades públicas como resultado da crise financeira nacional que estalou em 2007. Assim, a luta que se iniciou no Wisconsin tem implicações nacionais tanto na política como no futuro do sindicalismo neste país”.
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