Bernardo Monteagudo. Artigo tirado de Diário Liberdade, que o traduziu do castelhano.
Marx dizia que ao imperialismo havia que vê-lo nas colónias onde passeia despido, nom nas metrópoles onde caminha disfarçado. Esta reflexom realizada por Marx há mais de um século, conserva toda a sua frescura e atualidade neste momento.
A descolonizaçom de África que se desenvolveu em forma imparável a partir da década de 1960, significou naquela altura umha mudança radical na relaçom de forças mundial, ao inclinar a balança a favor dos povos como nom havia memória anterior disso. A libertaçom das antigas colónias significou sem dúvida um passo atrás para potências coloniais europeias que viam como os seus antigos colonizados estavam representados nos organismos internacionais com os seus antigos amos. Mais temor despertava quando cada povo de África à vez que se independizava, abraçava com mais ou menos calor o socialismo, como única forma de sair do atraso secular, da mortandade infantil desmesurada, do analfabetismo e em geral de umha situaçom de miséria generalizada.
Todas estas expetativas acordárom ao carom da ajuda generosa da Uniom Sovética e o campo socialista, com a colaboraçom solidária dos internacionalistas cubanos. Esta ajuda, desenvolveu-se num princípio no campo militar, para ganhar as guerras de libertaçom e, posteriormente, umha vez atingido este propósito, traduziu-se em médicos, medicinas, maquinária agrícola, técnicos, estaçons potabilizadoras de água, máquinas para a indústria mineira, barcos e artes de pesca e, sobretodo, formaçom de enorme quantidade de estudantes bolseiros a cursarem estudos superiores nas universidades dos países socialistas.
Toda esta rede de ajudas para o desenvolvimento, desmoronou-se de um jeito estrondoso, com a queda do campo socialista nos anos noventa do passado século. O único que resta de todo aquilo, som as ajudas que a Rússia continua a prestar em matéria de bolsas para estudantes africanas/os e a colaboraçom inestimável das missons médicas cubanas que fam um labor enorme em garantir a saúde dos povos africanos. Mas sem dúvida esta perda que os povos africanos experimentárom fijo-se sentir nas elites africanas, que em boa medida se corrompêrom e, atualmente, significam um obstáculo importante para desenvolver umha política independente dos povos africanos.
Todos estes países e em especial os da áfrica subsaariana, ao nom terem mais que indústrias muito primárias, nom tenhem umha classe operária organizada e as poucas organizaçons que há de trabalhadoras/es estám dirigidas por umha cúpula burocrática e corrupta, que fai parte do aparelho de estado. Em muitos mais países africanos, neste momento exercem o poder, antigos combatentes da guerra de libertaçom, que como tais contam com a confiança do povo, e beneficiam-se pessoalmente dessa confiança, sem advertir que os antigos heróis da guerra de libertaçom atualmente traírom todos os seus ideais, criárom umha nova classe de proprietários mui ricos, amassárom enormes fortunas, e esquecêrom-se da escassez da época colonial.
A efeitos simplesmente exemplificativos, citarei alguns casos que som verdadeiramente sangrantes: neste momento, a mulher mais rica de Portugal é a filha do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos; o filho maior de Teodoro Obiang, de nome Miguel, que vive habitualmente no Estado espanhol e que maneja a empresa petroleira estatal da Guiné Equatorial, tem umha cadeia hoteleira nos EUA e é dono de umha fortuna pessoal de 3.500 milhons de dólares; o presidente assassinado da Guiné-Bissau, General João Bernardo Vieira e a sua família som donos de vários hotéis de turismo na costa portuguesa e de residências de luxo no Estoril, tendo celebrado o casamento do seu filho mais velho no Casino do Estoril, com um custo de mais de um milhom de dólares. E assim. E todo isto enquanto os seus povos carecem de escolas, de eletricidade, de redes de água potável, de redes de saneamento, de transportes, de estradas alcatroadas.
Como conclusom, cabe dizer que lamentavelmente a queda da Uniom Soviética, para os povos africanos, significou em boa parte a queda das esperanças e da possibilidade de um futuro melhor. A vida nestes países é francamente penosa, ao ponto de muitas pessoas terem saudades da antiga ordem colonial. Nom sairám facilmente desta situaçom. Aguardam-nos sem dúvida dias muito amargos, de muito sangue, de lágrimas e dores. Se quigerem avançar na direçom de umha sociedade mais justa, deverám empreender um caminho que de certeza deverá ser violento, já que as novas classes exploradoras nom renunciarám aos seus privilégios sem umha luita a morte.
A descolonizaçom de África que se desenvolveu em forma imparável a partir da década de 1960, significou naquela altura umha mudança radical na relaçom de forças mundial, ao inclinar a balança a favor dos povos como nom havia memória anterior disso. A libertaçom das antigas colónias significou sem dúvida um passo atrás para potências coloniais europeias que viam como os seus antigos colonizados estavam representados nos organismos internacionais com os seus antigos amos. Mais temor despertava quando cada povo de África à vez que se independizava, abraçava com mais ou menos calor o socialismo, como única forma de sair do atraso secular, da mortandade infantil desmesurada, do analfabetismo e em geral de umha situaçom de miséria generalizada.
Todas estas expetativas acordárom ao carom da ajuda generosa da Uniom Sovética e o campo socialista, com a colaboraçom solidária dos internacionalistas cubanos. Esta ajuda, desenvolveu-se num princípio no campo militar, para ganhar as guerras de libertaçom e, posteriormente, umha vez atingido este propósito, traduziu-se em médicos, medicinas, maquinária agrícola, técnicos, estaçons potabilizadoras de água, máquinas para a indústria mineira, barcos e artes de pesca e, sobretodo, formaçom de enorme quantidade de estudantes bolseiros a cursarem estudos superiores nas universidades dos países socialistas.
Toda esta rede de ajudas para o desenvolvimento, desmoronou-se de um jeito estrondoso, com a queda do campo socialista nos anos noventa do passado século. O único que resta de todo aquilo, som as ajudas que a Rússia continua a prestar em matéria de bolsas para estudantes africanas/os e a colaboraçom inestimável das missons médicas cubanas que fam um labor enorme em garantir a saúde dos povos africanos. Mas sem dúvida esta perda que os povos africanos experimentárom fijo-se sentir nas elites africanas, que em boa medida se corrompêrom e, atualmente, significam um obstáculo importante para desenvolver umha política independente dos povos africanos.
Todos estes países e em especial os da áfrica subsaariana, ao nom terem mais que indústrias muito primárias, nom tenhem umha classe operária organizada e as poucas organizaçons que há de trabalhadoras/es estám dirigidas por umha cúpula burocrática e corrupta, que fai parte do aparelho de estado. Em muitos mais países africanos, neste momento exercem o poder, antigos combatentes da guerra de libertaçom, que como tais contam com a confiança do povo, e beneficiam-se pessoalmente dessa confiança, sem advertir que os antigos heróis da guerra de libertaçom atualmente traírom todos os seus ideais, criárom umha nova classe de proprietários mui ricos, amassárom enormes fortunas, e esquecêrom-se da escassez da época colonial.
A efeitos simplesmente exemplificativos, citarei alguns casos que som verdadeiramente sangrantes: neste momento, a mulher mais rica de Portugal é a filha do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos; o filho maior de Teodoro Obiang, de nome Miguel, que vive habitualmente no Estado espanhol e que maneja a empresa petroleira estatal da Guiné Equatorial, tem umha cadeia hoteleira nos EUA e é dono de umha fortuna pessoal de 3.500 milhons de dólares; o presidente assassinado da Guiné-Bissau, General João Bernardo Vieira e a sua família som donos de vários hotéis de turismo na costa portuguesa e de residências de luxo no Estoril, tendo celebrado o casamento do seu filho mais velho no Casino do Estoril, com um custo de mais de um milhom de dólares. E assim. E todo isto enquanto os seus povos carecem de escolas, de eletricidade, de redes de água potável, de redes de saneamento, de transportes, de estradas alcatroadas.
Como conclusom, cabe dizer que lamentavelmente a queda da Uniom Soviética, para os povos africanos, significou em boa parte a queda das esperanças e da possibilidade de um futuro melhor. A vida nestes países é francamente penosa, ao ponto de muitas pessoas terem saudades da antiga ordem colonial. Nom sairám facilmente desta situaçom. Aguardam-nos sem dúvida dias muito amargos, de muito sangue, de lágrimas e dores. Se quigerem avançar na direçom de umha sociedade mais justa, deverám empreender um caminho que de certeza deverá ser violento, já que as novas classes exploradoras nom renunciarám aos seus privilégios sem umha luita a morte.
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