Com uma economia em queda acentuada, e uma recessão cada vez mais profunda, o governo grego anunciou o que há muito era esperado. O país não vai conseguir cumprir as metas do défice para 2011 e 2012, aumentando a incerteza sobre o futuro da economia grega.
O Governo grego admitiu ontem que não cumprirá o défice previsto para este ano e para o próximo. De acordo com o comunicado do ministério das Finanças, o défice orçamental deverá ficar nos 8,5% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, ao contrário dos 7,6% anunciados, e no próximo ano deverá atingir os 6,8%, acima dos 6,5% acordados com a troika.
A contínua contracção da economia, com uma recessão muito mais grave do que originalmente admitido pelas autoridades gregas, está na base da revisão em alta do défice. Os últimos indicadores apontam agora para uma redução do PIB de 5,5% este ano e de 2% em 2012, um cenário muito mais pessimista do que o que foi traçado no acordo com a troika.
A gravidade da recessão grega levou a que, no próprio comunicado em que admite o incumprimento das metas do défice, o ministério das Finanças admita que nem mesmo os indicadores mais recentes estão garantidos: “são esperados três meses críticos até terminar 2011 e a previsão final do défice de 8,5% poderá ser alcançada se a máquina estatal e os cidadãos responderem de forma adequada”.
A última medida de austeridade anunciada pelo Governo implica a passagem de 30 mil funcionários públicos, com mais de 60 anos, para a “reserva laboral”. Num país onde os dados oficiais apontam para um desemprego acima dos 16%, os funcionários que, ao fim de um ano a receber apenas 60% do seu salário, não tenham encontrado outro lugar ficarão sem o seu posto de trabalho.
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