17/11/2011

A CEOE propõe recuperar a figura do aprendiz que cobre 300 euros

Redacção.
Javier Ferrer

O vice-presidente da CEOE, gerente do museu Thyssen-Bornemisza e presidente da patronal do Metal (Confemetal), Javier Ferrer, propus recuperar a figura do aprendiz, com um ordenado inferior ao Salário Mínimo Interprofissional (SMI) até que acabe o período de formação e se incorpore definitivamente à empresa (cousa que raramente sucederá poupando ainda mais custes na força de trabalho para as empresase aumentando o mais-valor). Segundo Ferrer, o SMI (já de por si muito baixo tendo em conta a perda de capacidade aquisitiva dos trabalhadores, a redução do consumo e a inflação -este ano de 3%-) de 641'4 euros ao mês é um impedimento para que os jovens, cuja taxa de desemprego está já por cima de 48%, podam aceder a um primeiro trabalho.

Coma sempre, a patronal procura exemplos "sucedidos" nos estados do norte de Europa, neste caso o modelo dual de formação vigente em Alemanha, que combina estudos com práticas remuneradas nas empresas. Para Ferrer subir os ordenados actualmente custaria postos de trabalho e seria "suicida" pelo que estes "aprendizes" cobrariam "300, 400 ou 500 euros". Aliás, defende desligar os ordenados da produtividade, algo lógico defendo os interesses da patronal.

Ferrer, contudo, esquece vários factores da formação alemã, como é habitual nestes casos. Essa formação dá-se da formação profissional e não com paupérrimas bolsas para licenciados sem  cotizar a segurança social. Em Alemanha cotizam à Segurança Social e percebem um ordenado entre 500 e 800€ ao mês sendo contratados ao finalizar o programa 78% e tendo uma taxa de desemprego juvenil de 7'9%. Aliás, em Alemanha nem a ensinança superior nem a formação profissional sao capazes de cobrir toda a demanda de força de trabalho qualificada  que no Estado espanhol cada dia é mais claro que sobre dado o modelo produtivo (do qual nem PP, nem patronal nem PSOE querem ouvir falar).

Porém Ferrer não ficou apenas nesta "grande recomendação" da que o PP toma nota para quando chegue à Moncloa. Afirmou que era pura "demagogia" falar de subir impostos às grandes fortunas e aos bancos, o que há que fazer é baixar impostos.

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