27/10/2013

Dívida pública de Portugal sobe para 131,3% do PIB

À revolta entre a mocidade é um blogue de pessoas ligadas à esquerda galega aberto a colaborações que tirou este artigo do portal Esquerda.net (aqui).

Dados do Eurostat referentes ao 2º trimestre deste ano mostram uma subida de 6 mil milhões de euros, ou 3,8 pontos percentuais, em relação ao trimestre anterior. Portugal tem a 3ª maior dívida pública da União Europeia, apenas superado pela Grécia e a Itália. Mas no final de 2010, antes do memorando com a troika, dívida era de 94% do Produto Interno Bruto.
Os planos da troika supostamente serviam para reduzir a dívida; mas esta não pára de aumentar. Foto de Paulete Matos.
A dívida pública portuguesa subiu para 214,8 mil milhões de euros no segundo trimestre, o que equivale a 131,3% do PIB, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Eurostat.
O gabinete de estatísticas da União Europeia mostra que, em relação ao primeiro trimestre, a dívida pública aumentou mais de 6 mil milhões de euros (era de 208,6 mil milhões de euros no primeiro trimestre), ou 3,8 pontos percentuais (era de 127,5% no primeiro trimestre). Trata-se do quarto mais aumento entre todos os países da União Europeia, com subidas superiores em Chipre, Grécia e Eslovénia.
Se a comparação for feita com o segundo trimestre de 2012, o aumento da dívida pública foi de 16 mil milhões de euros (era de 198,8 mil milhões de euros no primeiro trimestre), ou 13,1 pontos percentuais.
Política da troika aumentou a dívida
Portugal é o terceiro país da União Europeia com a dívida pública mais elevada, sendo apenas superado pela Grécia (169,1% do PIB) e Itália (133,3% do PIB). A Irlanda também apresenta um rácio acima de 100% do PIB, mas permanece abaixo de Portugal (125,7%).
Desde a assinatura do memorando da troika, apresentado então como imprescindível para reduzir a dívida, esta não tem parado de aumentar. Em 2009, a dívida pública portuguesa estava nos 83,7% do PIB. Em 2010, ano anterior à assinatura do memorando da troika, estava ainda abaixo dos cem por cento: 94% do PIB; em 2011 subiu para 108,2% e em 2012 para 124,1% do PIB. No primeiro trimestre de 2013 chegou aos 127% e agora aos 131,3%.
Aumento de impostos não fez baixar défice
Segundo o relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), organismo de assessoria da Assembleia da República, o défice orçamental deste ano, descontando o efeito de medidas temporárias, deverá ficar nos 5,8% do PIB, o que é exatamente o mesmo valor que o registado em 2012, apesar do aumento de impostos, classificado de "enorme" pelo então ministro das Finanças Vítor Gaspar.

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