13/08/2010

Dous peons florestais, vítimas mortais da precariedade na luita contra os lumes



Nova reproduzida a partir do Diário Liberdade, especialmente destacável por ir além de oferecer simple informaçom sem análise como os mídia oficiosos. Desde o Encontro Irmandinho nom podemos mais que mostrar a nossa solidariedade com os falecidos e com todos os afectados pola pesta crónica da Galiza: a indústria do lume. Lembremo igualmente que a lacra do "terrorismo incógnito" (o terrorismo da patronal) já cobrou, só no que levamos de 2010, umha média de 103 sinistros por dia laboral aumentando os graves.


As condiçons laborais já nom eram boas com o bipartido, porém, com a chegada de Feijoo todo indica que aumentárom as irregularidades.



Dous operários de umha brigada contra incêndios da empresa pública Serviços Agrários da Galiza S.A. (Seaga) morrêrom esta noite enquanto trabalhavam na extinçom de um fogo florestal na freguesia de San Vicente, no concelho de Fornelos de Montes.

O incêndio, iniciado ás 22.30 horas de ontem, foi finalmente controlado, segundo fontes da Conselharia do Meio Ambiente. Porém, 100 hectares queimadas e dous trabalhadores mortos som o resultado da política aplicada pola direita espanhola na planificaçom contra os fogos florestais, um dos maiores problemas que surgem na nossa naçom ao chegar o verao.

Montanhas, eucaliptos e precariedade: o perigoso cocktail da Junta

A esgrévia orografia galega, com centenas de outeiros e montanhas, dificulta a extinçom do fogos florestais. No da passada noite trabalhárom oito agentes florestais, 16 brigadas -compostas por entre cinco e sete pessoas-, um Grumir, 10 motobombas, três pás, quatro helicópteros e um aviom.

No momento em que redigimos estas linhas, desconhecen-se as causas do incêndio [confirmou-se que foi intencionado; nota do blogger], no entanto, como venhem denunciando sindicatos, colectivos ecologistas e organizaçons políticas e populares, quase sempre as causas respondem a interesses da grande indústria do papel e da madeira (FINSA e ENCE) e/ou interesses urbanísticos. Neste caso todo aponta à primeira das causas por ser Fornelo de Montes umha localidade rural, de uns mil habitantes, situada no interior da Galiza, entre Vigo e Ponte Vedra.

Os fogos florestais som um dos problemas estruturais próprios de um país que, como a Galiza, sofre umha opressom nacional por parte do imperialismo espanhol. O capitalismo espanhol condenou a Galiza a ser o "paraíso" das indústrias mais poluentes do Estado. Das necessidades destas indústrias surgiu o plano de tornar o monte galego num grande "polígono industrial" dedicado ao monocultivo de pinheiro e eucalipto para abastecerem celuloses como a imposta por Franco na Ria de Ponte Vedra. Daí que o Governo Autonómico tenha destinado quantidades milionárias a subsidiar as plantaçons destas espécies. Estas árvores alóctones som dinamita no monte, pois ardem com muita facilidade e os fogos florestais som difíceis de parar.

Aliás, como veu denunciando em reiteradas ocasions a CIG, a falta de planificaçom da Junta e a extremada precariedade laboral dos trabalhadores e trabalhadoras florestais, com jornadas laborais de 12 horas ou mais, e a falta de formaçom do colectivo fam que ano após ano morram operários e operárias contratados pola Junta, máxima responsável deste trágica realidade.

Umha mudança de direcçom do vento

Provavelmente, segundo testemunhos do lugar, umha mudança na direcçom do vento fijo que os dous obreiros da empresa pública (Seaga) fossem atingidos polas lapas e falecessem numha zona conhecida como a velha lixeira. Por este tipo de trágicos acontecimentos e polos que se vem denunciando a falta de formaçom do colectivo, que sim tenhem colectivos como @s bombeir@s.

Por volta das 23.30 horas os membros das brigadas começárom a suspeitar da possibilidade de umha desgraça, ainda que nom tinham certeza. Finalmente os brigadistas topárom dous companheiros mortos, dous homens que ainda nom fôrom identificados.

Os cadáveres dos dous falecidos fôrom trasladados ao hospital Nicolau Pena de Vigo sobre as 4.15 horas para lhes fazer a autópsia.

Silêncio e obscurantismo do PP

Afinal tivo de haver mortos para que o PP tenha de falar sobre os fogos florestais pois a ruim estratégia da direita espanhola este verao foi a de "fechar a boca" e ocultar ao povo galego os dados reais sobre os fogos deste ano.

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