05/08/2010

Na revéspera do nosso I Encontro de verao



Com o I Encontro de Verao o EI continua por um vieiro que tivo neste 2010 assaz actos, voltas e mais reviravoltas próprias da construçom serena, mas contínua, dum novo sujeito político que se ergue na porta Faxeira, como recentemente reclamava Manoel Santos num seu artigo aparecido em Altermundo. Um desses actos centrais em que participou o EI na procura desse um outro referente político foi a Rolda de Rebeldia em que o Encontro Irmandinho se caracterizou por combater por um projecto político, nom por um espaço eleitoral ao jeito de qualquer umha força cought all. Porque "pra nós o poder só val en función dun proxecto político protagonizado por cidadáns libres e vertebrado por unha forza política que incesamente loite por que a nación incesante chamada Galiza floreza cada primavera neste recanto do universo e esperte cada mañán co cantar dunha alborada de groria. Eses cidadáns libres constitúen o pobo galego conscente, non alienado, e esa forza política é o nacionalismo progresista".




Som palavras que tenhem agora, na revéspera dumha palestra do irmao Xosé Manuel, algo mais de dez anos, que concretamente fôrom por pronunciadas por ele em 25 de Julho de 2000 e que continuam, junto a outros trechos daquele discurso a ter umha raivosa actualidade, mália que por entom muitos de nós nem tam sequer eramos ainda nacionalistas. E teimava entom em que "a praxe nom é a simples prática, senón a combinación do discurso e máis a prática, do pensamento e máis da acción: o pensamento modela as pautas de acción, e a acción remodela o pensamento. O pensamento político tradúcese en proxecto, e o proxecto esprésase en discurso" só assim é possível derrotar o deus Moloch dos fascistas "devorador de seres humáns, volve asomar a cabeza co pincho no seu casco prusián".

A contrário, caira-se na eterna cilada em que tropeza a libertaçom das classes populares, a sua emancipaçom, quanto a socialdemocracia é a antítese da emancipaçom social dum povo ao renunciar à mesma e, já que logo, "hai partidos susoditos de esquerda que, a forza de asumir o discurso da direita máis reaccionaria e a retórica dos xendarmes da globalización, suicídanse como os ratos fascinados polo famoso flautista de Hameling do conto". Som a antítese a nossa principal tese de socialismo e república para o século XXI, com ou sempermiso, "a democracia obriga a devolvermos ás institucións políticas o seu sentido xenuino de representaren e respeitaren a vontade democraticamente espresada por tódolos cidadáns e non só por unha maioría, e mais de estares ao servizo de Galiza como nación e das persoas sen discriminacións nos seus direitos e necesidades".

Teimava na Rolda de Rebeldia em fazer fincapé no conceito de cidadania e da fraternidade, evocando ao Robespierre magnificamente estudado por Georges Lavica, que infelizmente nos abandonou em 2008 a causa dum derrame cerebral. Teimará passado manhá em denunciar a bancocracia e os "nazis de arestora", título dum artigo recente de denúncia do sionismo que já se recolhia naquele discurso de hai dez anos, quando aludia à "inestimábel e pezoñenta colaboración: os nazis de arestora non precisan volver inventar as traxicamente famosas Seccións de Asalto de hai dous terzos de século na Europa Central".

Lembrará-se-nos nessa palestra das 20:30 horas do 7 de Agosto em Sober que "Estamos a vivir tempos duros. Tempos de involución. Longas noites de invernía política en pleno vran. Noites de caza de bruxas, de acoso a demócratas, disidentes e nacionalistas nos seus propios fogares como había máis de vinte anos que non se volveran dar. Semella terse levantado outravolta a veda prá caza do traballador, da muller, do mozo, do ancián, do escolar: en suma, do máis feble, ou sexa, ao cabo, da grande maioría dos cidadáns carentes ou desposuídos de poder algún". Fai dez anos destas palavras, repito. Dez anos e seguimos padecendo a peste terrível que desde 1945 esperara numha gaveta, ou em qualquer mala até que as ratas voltárom morrer por milherios como no romance de Camus. Enquanto arde a biblioteca municipal, Dom Celidónio fustiga aos bombeiros para que nom apaguem senom queimem qualquer livro que haja nesta cidade apestada, tal o filme Farenheit 451.

Havia entom também já motivos para falar de recentralizaçom e esvaziamento das autonomias, como teito descentralizador dum estado de planta única e ferreamente centralizado na sua fazenda. As seguintes palavras daquele 25 de Julho de 2000 ecoam ainda sobre do milhom pessoas que marchou polas ruas da dignidade catalá em plena efervescência do espanholismo populista de la roja y gualda:

"Os nazis inventaran a queima do Reichstag polos comunistas pra exterminaren as organizacións políticas e sindicais dos traballadores alemáns. Este goberno español inventou a suposta conxura nacionalistas de galegos, vascos e cataláns contra a integridade de España que lle permita exterminar o pluralismo democrático, reducir a cinzas a Constitución, entrar a saco nas competências das Autonomias históricas, mallar no incauto "centro" do seu proprio eleitorado, botar a paletadas aos comerciantes no voraz bandullo do capital comercial transnacional, destruír o tecido empresarial autóctone, reducir á escravitude aos traballadores, confinar ás mulleres en casa a parir fillos prá fame, erradicar a crítica e a disidencia, borrar do mapa a diversidade cultural e nacional, e acabar reinstaurando o franquismo sem Franco - se o deixamos. Tontos úteis non faltan que lle tiren a ese poder da levita pra que os admita de criados no seu séquito, mesmo dende unha invocación a un progresismo que non se exerce, e por tanto non o é".

Porém confundiriades-vos se teimades em cavilar no terrível destas palavras sem conhecer as duas citaçons que abriam aquele discurso do Dia da Galiza. No abrente daquele dia os mercenários do pensamento único ultraliberal retorcêrom-se de aguda dor intestinal quando ouvírom as duas citas com as que o nosso irmao tingiu de realismo, e de esperança, o abrente daquele dia e com as que nós enlaçamos com a sua pronta diagnose da crise actual do sistema-mundo:

"A sociedade actual abandona-se, deixa que lhe ditem a sua conduta, valeira-se progressivamente do seu conteúdo. O seu rasgo dominante é a passividade. Passividade dos dirigentes políticos, que cedêrom o seu poder aos verdadeiros dirigentes do mundo: os grandes fundos de pensons de reforma, os especuladores e os técnicos da cousa pública. Passividade da sociedade civil, que asume a ideia de progresso, mais atura o rol subalterno que o poder lhe atribui. Passividade da oponiom pública, em grande parte manipulada polos inquéritos e os acontecimentos falsificados. Passividade dos indivíduos, cada vez mais afastados uns dos outros, atomizados num contexto sem contornos, e sem outra perspectiva que tentarem segurar um nível de vida".

"Está a instalar-se um modelo de sociedade que varre aos seu passo aquilo que constituia o fundamento democrático dos nossos velhos países: o controlo cidadao das decisons políticas, controlo que se esvaece ao passo que se esluem as diferenças entre conservadores e progressistas. Esbarrulha-se um mundo sem que as gentes o decidam. Emergulha outro mundo sem que as gentes o discutam. Nom é o final da História, pro semelha ser o final da Política".

A pós-Polt-política e a Pokereconomia... Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? quam diu etiam furor iste tuus nos eludet? quem ad finem sese effrenata iactabit audacia?

Nenhum comentário: