Em conferência de imprensa, o Bloco fez uma primeira análise à proposta de Orçamento de Estado para 2011. Na conferência de imprensa, foi apresentado um vídeo da intervenção do primeiro ministro há duas semanas no parlamento, na qual José Sócrates afirma que o crescimento económico previsto para 2011 será de 0,5%, quando a proposta de orçamento do Governo apresenta 0,2%.
O Bloco considera que esta estimativa “continua a não ser credível”, tendo o deputado José Gusmão afirmado: “Se a primeira dimensão de credibilidade de um orçamento se relaciona com o seu cenário macroeconómico, então esta proposta orçamental falhou nesse primeiro teste. Se há economistas que torturam os números para que eles falem, o Governo português tortura os números para que eles fiquem calados”.
Para José Gusmão, as previsões do Governo sobre o desemprego (agravamento de 10,6% para 10,8%) também não são credíveis, considerando que o Orçamento proposto “irá atirar o país para a recessão e milhares de trabalhadores para o desemprego”.
O deputado do Bloco acusou também o Governo de mentir quando refere que os sacrifícios são repartidos por todos e denunciou: “A verdade é que as famílias, no que apenas diz respeito a impostos, pagarão 15 a 20 vezes mais do que a banca – o sector mais lucrativo e aquele que teve maior responsabilidade na situação em que se encontram as nossas contas públicas e a nossa economia”.
José Gusmão disse ainda que a proposta de Orçamento do Governo não apresenta qualquer medida eficaz de combate à fraude e à evasão fiscal e anunciou que o Bloco irá apresentar um pacote de medidas alternativas ao Orçamento do Governo, nas suas jornadas parlamentares, que vão decorrer em Viseu, segunda e terça feira próximas (ver abaixo).
Entre as propostas, o deputado do Bloco anunciou uma auditoria e um plano de renegociação das parcerias público-privadas, a renegociação de todos os contratos de aquisição de material militar em que a parte privada esteja em situação de incumprimento e a recuperação da despesa com a compra de dois submarinos.
José Gusmão anunciou ainda que o Bloco proporá que “as pensões até mil euros sejam aumentadas em 2,5 por cento – portanto, em linha com a inflação prevista pelo Governo – e as pensões entre mil e 1500 euros sejam aumentadas em 1,5 por cento”.
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