10/09/2011

Líbios marcham em Benghazi contra o CNT por ''não respeitar as demandas do povo''

Tirado de Diário Liberdade (aqui). CNT é Conselho Nacional de Transiçom.

Mais de 50 organizações do leste da Líbia pediram à cúpula insurgentes a renúncia e entregar o poder a dois governos interinos, em forma consecutiva, para completar o período de transição que culminará em, ao menos, 18 meses com a celebração de eleições gerais.


Centenas de pessoas se manifestaram em Benghazi para exigir uma remodelação no Governo sublevado depois que vários grupos políticos recriminaram o Conselho Nacional Transitório – CNT – em um memorando que seu plano de governo não respeita as demandas do povo, informou neste sábado o chamado "Fórum Nacional".

Os residentes de Benghazi iniciaram a marcha desde uma antiga base do líder líbio, Muammar Kadafi, cantando "Os primeiros mártires eram de Benghazi" e crítica aos "oportunistas" e "alpinistas que se aproveitaram da conjuntura".

"Alguns dos membros do comitê executivo são chupadores de sangue e ladrões, os quais seguimos vendo na televisão, e que deveríamos vê-los em um tribunal", afirmou Shukri, uma das manifestantes, resenhou Europa Press.

"Digo-lhes aos alpinistas que estão escalando de costas para nossos combatentes. Necessitamos caras", manifestou Novra, outra participante da marcha.

Alguns manifestantes portavam cartazes com onze "Não", em alusão a um conjunto de assuntos sobre a centralização do Governo em Trípoli em figuras proeminentes do Governo de Kadafi às expensas de Benghazi.

Neste sentido, muitas pessoas que destacaram a marcha exigiram demandas contidas no memorando.

Sobre este documento, Nasser Ahdash, o líder do "Fórum Nacional", um grupo que firmou o memorando e que ajudou a organizar o protesto, exortou a multidão a "converter-se em um problema para o CNT".

O memorando, subscrito por 56 organizações políticas, a maioria delas do leste do país, ressalta as emergentes divisões políticas que dizem respeito ao futuro da Líbia.

O documento sublinha que os planos do CNT se contradizem e rechaça que seja o objetivo a seguir na era pós-Kadafi, já que "não expressa os desejos das ruas nem as esperanças das pessoas liberais".

O que pedem os opositores do CNT é que renunciem e entreguem o poder a dois governos interinos, de modo consecutivo, para completar o período de transição que culminará em, ao menos, 18 meses com a celebração de eleições gerais.

A hipótese de que, até que tenham lugar tais comícios, a Líbia está regida por um governo de facto que goza do beneplácito das pessoas que subscreveram o memorando.

O vice-presidente e porta-voz do CNT, Abdel Hafiz Ghoga, confirmou que suas "autoridades" receberam o documento, e esclareceu que o CNT não considerará tais propostas até que os últimos bastiões de Kadafi sejam derrotados.

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