23/05/2012

Tsipras: “Pedimos a solidariedade do povo francês e alemão”

Artigo tirado de Esquerda.net (aqui). Em Berlim, líder da Syriza reúne com o Die Linke e os socialistas holandeses e insiste que os cinco anos de declínio da Grécia provam a total ineficácia da política da austeridade.



Após a reunião com Klaus Ernst e Gregor Gysi, do die Linke, hoje em Berlim, que contou ainda com a participação de Tiny Kox, líder do grupo socialista do Senado holandês, Alexis Tsipras apresentou aos jornalistas presentes um plano de seis pontos alternativos à austeridade e ao Memorando, mantendo a Grécia na Zona Euro.

1º Fim imediato da política dos Memorandos e renegociação dos empréstimos.

2º Libertar o estado da dependência dos mercados de capitais.

3º Regulamentação estrita dos mercados financeiros e aplicação do imposto sobre transações financeiras.

4º Manutenção da Grécia numa zona Euro reformada.

5º Programas de desenvolvimento conjuntural em vez da ditadura da austeridade.

6º Pagamento pelos beneficiários da crise: Imposto sobre as grandes fortunas, combate à fuga de capitais e à evasão fiscal de forma eficaz.

O aviso que tem sido feito por vários dirigentes europeus no sentido de obrigar a Grécia a sair do Euro se não cumprir os Memorandos de austeridade foi entendido por Tsipras como uma chantagem. “E este é o caminho errado”, frisou. “Pedimos a solidariedade do povo francês e alemão porque senão a Europa caminha para a catástrofe.”

“Os cinco anos de declínio da Grécia provam a total ineficácia da política da austeridade e das reformas a troco dos milhões”, afirmou.

Reunião com Mélenchon

Segunda-feira, Tsipras reuniu, em Paris, com Jean-Luc Mélenchon e deu uma conferência de imprensa com a participação de Mélenchon, o secretário nacional do PCF, Pierre Laurent e o deputado comunista Roland Muzeau.

Apesar de o Ministro das Finanças alemão insistir que a austeridade é para continuar, Tsipras garantiu que, com o seu programa que inclui entre outras medidas, a nacionalização dos bancos gregos, a Grécia resolve o seu problema da Dívida em dois ou três anos.

O dirigente da Syriza há muito que percebeu que a crise na Europa não é só grega e afirmou que “se existe alguém isolado não sou eu, mas o governo Merkel.”

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