Notícia tirada do Esquerda.net (aqui).
Em 2012, os Estados Unidos gastaram mais do que os dez
países que se seguem na lista dos maiores orçamentos militares do
mundo. E no ano passado a NATO foi responsável por 6 em cada 10 euros
gastos em despesa militar.
Apesar da crise, a NATO continua a dominar a despesa militar mundial. Foto do exército da Letónia/Flickr
Os números foram revelados pelo Instituto Internacional de Estudos para
a Paz de Estocolmo (SIPRI), uma das instituições mais prestigiadas no
que toca à análise dos números do comércio de armas no mundo. De acordo
com o site de notícias do Pentágono, os dados relativos a 2013 indicam
uma despesa militar dos países da NATO de 744 mil milhões de euros,
sendo que em 2012 foram gastos 1.27 biliões nos orçamentos de Defesa em
todo o mundo.
Mas os cortes nos gastos militares em tempo de crise não vieram para
ficar, já que o mesmo instituto prevê que este ano os orçamentos de
defesa voltem a subir, o que não acontecia desde 2009. Segundo o portal
"Rússia Hoje", o maior contributo para essa subida virá de Moscovo, que
tem em marcha um programa de rearmamento e modernização das Forças
Armadas, o maior desde a queda da União Soviética. O orçamento russo
para a defesa vai disparar 13% em 2014 e serão investidos mais de 500
mil milhões de euros no setor até 2020. A par disso, as exportações de
armamento russo continuam em alta, tendo como principais clientes a
India, China, Vietname, Venezuela, Argélia e Malásia.
Se a India continua a ser o maior cliente de armamento da Rússia, ao
fim de 40 anos Moscovo perdeu o lugar de principal fornecedor para os
EUA. Em 2013, o governo indiano adquiriu 1385 milhões de euros em
equipamento militar norte-americano, ultrapassando a Arábia Saudita como
primeiro cliente. A informação é da consultora IHS, citada pelo portal
indiano Business Standard. Também a China contraria a tendência de queda
no investimento militar, prevendo-se que em 2015 gaste mais do que a
soma da despesa militar alemã, francesa e britânica. Mas se russos e
chineses lideram os investimentos militares a longo prazo, é no Médio
Oriente que a despesa cresce mais rapidamente, diz o portal russo com
base nos dados do SIPRI.
EUA gastam mais que o resto do "top 10" da despesa militar
Os dados do SIPRI relativos a 2012 indicam que os Estados Unidos
sozinhos gastaram mais em Defesa do que a soma dos orçamentos militares
da China, Rússia, Reino Unido, Japão, França, Arábia Saudita, India,
Alemanha, Itália e Brasil - os países que se seguem aos EUA no ranking
da despesa militar mundial. E no ano passado, a situação não foi
diferente. Apesar dos cortes na despesa militar na maior parte dos
países da NATO, a aliança liderada por Washington foi responsável por
60% da despesa militar global. E 70% da despesa militar dos 28 países da
NATO tem origem nos EUA, que em 2013 lhe dedicaram 4.1% do PIB, cerca
de 535 mil milhões de euros.
Se o objetivo assumido pelos países da NATO era o de atribuir 2% do PIB
para as suas forças armadas, houve alguns membros - como a Grécia,
Reino Unido e Estónia - que também ultrapassaram esse valor de
referência. Mesmo assim, os EUA gastaram em 2013 mais de dois terços das
despesas totais da NATO, valor que inclui despesas com investigação ou
pensões. Mas os cortes nas despesas militares em muitos países membros
por causa da recessão económica e a retirada das tropas da NATO do
Afeganistão irão contribuir para a queda da despesa, contrabalançada
pelo aumento da despesa militar em países como a Rússia e a China.
Em cada 10 euros de despesa militar no planeta, 6 foram gastos pelos
países da NATO, um investimento que também se reflete no número de
tropas. Com 3,37 milhões de militares ao seu serviço, a organização
militar suplanta de longe a China (2,3 milhões) e a Rússia (766 mil).
Para o diretor do departamento de análise de despesas militares do
SIPRI, o desequilíbrio de forças só fica completo se juntarmos à NATO os
países aliados dos EUA que estão na lista de maiores gastadores, como a
Arábia Saudita ou Israel. "No que respeita à capacidade militar, os EUA
e a NATO irão permanecer sem rival num futuro próximo", diz Samuel
Perlo-Freeman.
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