04/09/2010

Moçambique vive calma tensa

Notícia extraída do Esquerda.net

Confrontos entre manifestantes e polícia em Chimoio fizeram oito feridos e 60 pesssoas foram presas. Guerra de SMS é nova frente de batalha.


Maputo. Foto de moron noodle, FlickR


“Uma calma aparente, marcada por enormes bichas nos pontos de venda de bens diversos ao nível das cidades de Maputo e Matola, caracterizou toda a manhã desta sexta-feira, que continua a ser marcada por uma ameaça, latente, de mais uma onda de violência e protestos populares” – assim descreve a situação na capital moçambicana o jornal mediFAX.
De facto, a tensão viria a ter uma curta explosão, mas noutra cidade, Chimoio, centro de Moçambique, com confrontos entre manifestantes e polícia, de que resultaram oito feridos e cerca de 60 detenções. Manifestantes tomaram as ruas do centro e dos arredores, bloqueando estradas e impedindo a abertura de estabelecimentos comerciais, escolas, bombas de combustível.
De um lado, os manifestantes lançaram pedras e paus contra viaturas, estabelecimentos comerciais e a polícia, e do outro a polícia respondeu com tiros para dispersar os manifestantes. A polícia usou balas verdadeiras, disse à agência Lusa fonte do hospital.
Entretanto, Carlos Serra, do blogue “Diário de um Sociólogo”, dá conta do surgimento de “uma onda contrária [de SMS], apelando à paz e ao trabalho, com um teor muito sloganístico.” Para o sociólogo, “isso pode revelar que teve início no país um novo tipo de luta política, a luta de barricadas SMS”.
Entretanto, o presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, fez duras críticas ao governo, afirmando que “a crise evidencia os limites e as fraquezas que o Governode Moçambique tem em construir um Moçambique para Todos”, informa o jornal Canalmoz.
O líder do MDM pediu aos manifestantes para não vandalizarem os bens públicos, privados e dos cidadãos e, ao mesmo tempo, que a Polícia prescinda de utilizar balas reais para a manutenção da ordem pública.
“O combate à pobreza implica necessariamente um amplo e sustentável processo de distribuição da riqueza”, disse Daviz Simango.

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