14/11/2010

Outro golpe para o produto caseiro

Artigo tirado de aqui. Lembramos que em Grécia há pouco que o governo tirou umha medida, muito impopular como todas as que costuma sacar o social-liberal Papandreu, que obrigava aos vendedores de produtos da rua fazê-lo com umha máquina registadora, para assim poder elevar as receitas obtivas pola IVA e outros impostos. Semelhante medida deixa ao agricultor desprotegido, já que nom pode vender os seus pequenos excedentes, com os que complementar as suas exíguas rendas - como no caso de muitos reformados da Ribeira Sacra que vendem os seus produtos na vila de Chantada na feira os 5 e 21 de cada mês e ainda outros dias na praça de Abastos. Aliás privamos ao consumidor de poder desfrutar de um produto fresco, de qualidade, natural e a bom preço. Em troca, benefícia às grandes empresas alimentárias, que assim voltam medrar com o "livre mercado". Benefícia também a poluiçom e a contaminaçom, porque em vez de procurar a soberania alimentar e o comércio local, advoga-se por trazer esses produtos desde milheiros de quilómetros - com a emissom de CO2 correspondente- e no seu cultivo desprende-se CO2 e outros produtos derivados do emprego de pesticidas e outros aduvos químicos. Isto todo coincide com umha outra ofensiva ainda mais grande, a privatizaçom e mercantilizaçom da auga que pretende desenvolver a Junta da Galiza e que vai denunciar o SLG por meio dumha campanha de agitaçom, que se una à recente campanha executada contra os ínfimos preços abonados aos nossos gadeiros por parte das multinacionais e grandes indústrias do sector.

A possibilidade de acedermos a umha alimentaçom de qualidade baseada em produtos do País e no mantimento da distribuiçom dos produtos das nossas exploraçons em circuitos onde a especulaçom alimentar fique fora, cada vez é menor.

O regulamento dos produtos caseiros é algo inexistente na Galiza deixando um vazio legal que aproveitam as indústrias e multinacionais para fazerem negocio. Hoje muitos dos produtos caseiros aos quais podemos aceder nom som mais que umha etiqueta de mercadotécnia. Daí que achemos nas áreas de distribuiçom de alimentos croquetes caseiras, molhos caseiros e outros pré-cozinhados caseiros (como a laranja caseira, de coca – cola, que aparece na imagem).

Os produtos que realmente som produzidos de umha maneira artesanal ficam reduzidos a mercados elitistas a que só acede umha porcentagem muito pequena da populaçom, que tenhem a renda suficientemente elevada como para poderem investir em alimentaçom e saúde.

As normativas higiénicas e sanitárias som as mesmas para umha pequena produçom que para umha grande indústria alimentar provocando a expulsom de produtos de altíssima qualidade dos mercados e praças tradicionais.

Aprovaçom do Regulamento para os mercados municipais de Lugo

Isto é o que acaba de acontecer em Lugo, onde se mantém o projeto de Regulamento de organizaçom e funcionamento das praças e mercados municipais. Esta normativa limita a entrada de produtos de labregas e labregos e favorece a entrada de produtos de comerciantes. No documento é proibida a “venda nas praças e mercados de qualquer animal vivo”, também a “venda de alimentos que nom acreditem a sua traçabilidade e requisitos legislativos vigentes”. Isto quer dizer que se limita a entrada de produtos vendidos polas próprias labregas. Mas, que melhor garantia para um produto que conhecer a pessoa que o cultiva?

Esta é umha trava mais das já existentes para vender produtos à margem da grande distribuiçom. O ultraliberalismo pretende controlar e uniformizar as culturas alimentares em todo o mundo e submeter-nos aos interesses exclusivos das grandes corporaçons. Os governos em vez de garantirem a segurança alimentar estám a servir os interesses das multinacionais, por isso é preciso defendermos os nossos produtos caseiros como um patrimônio do Povo galego.

Um comentário:

AFP disse...

Por algumha razom nom foi possível incorporar o seguinte comentário ao blogue que reproduzimos a continuaçom (encaminhou-se-nos ao mail)com muita satisfacçom por algumhas achegas muito importantes que fam e que impelem para umha reflexom muito mais profunda:

"Estou dacordo coa idea que aqui se desenvolve,a alimentación dos cidadáns depende caseque na súa totalidade dos recursos das grandes superficies( enténdase por grande superficie establecementos tipo cadea "Gadis" non só hipermercados de maiores dimensións como se acostuma a referir) mentres que os productos locais que se producen directamente das terras da súa contorna polas mans en moitos casos dos seus veciños son desbotados "obrigando" a estes a unha venda a terceiros, que normalmente se realiza a gran escala nas súas fases finais como se di no texto e onde interveñen tamén na cadea de intercambios estas grandes superficies como intermediarias na relación produtor-consumidor.

Esta é unha realidade obvia que aínda se podería excudriñar máis polo miúdo, mais hai unha faceta que non se comenta no texto e que a min me parece interesante apuntar, que podería definir malamente como: o fastío,a desgana -incluso o aborrecemento- co que os cidadáns correntes (aínda que haxa excepcións) a acollen estes productos que se venden directamente polos cultivadores nos mercados locais que se refiren. Para que se me entenda, pode acontecer que a un lle preste máis comprar as hortalizas e verduras que se atopan nos estantes do supermercado pola súa boa presentación e desbotar as da vendedora da esquina que veñen sen lavar e cheas de bechos, por exemplo. Estas reaccións pasan, por extranas que parezan e o que revelan, creo eu, non é máis que un "auto-extrañamento", un illamento dun mesmo sobor da comunidade na que se integra, unha alienación se se quer voltar aos clásicos. No momento no que un non se identifica ou prefire os productos alleos aos da súa comunidade máis próxima algo está a fallar, e non é so culpa dos poderes consolidados (administración pública, grandes corporacións) senón que ten tamén unha fonda relevancia a propia mentalidade do consumidor, afogado en publicidades que recomendan supostas propiedades milagrosas de algúns alimentos que supostamente non teñen os da horta. O consumidor asimila grandes áreas é igual a: calidade, dieta equilibrada, propiedades enriquecidas dos alimentos, omega3, etc. e así seguir. En fin, a esto habería que engadir a suposta comodidade de ter "todo o que se precisa" nos supermercados ademais das presas dun mundo tolo que non pode esperar que medren os tomates na horta para zampalos. E paro que xa me estou alongando e só era un comentario.

Saúdos a todos.

Rafa".