10/01/2011

Tim Geithner: Sim, estamos na queda

Artigo  tirado de aqui e traduzido por nós para galego-português.

Os  Estados Unidos estám à beira da quebra. E se este termo resulta muito pouco claro ou preciso para detalhar a situação, apuramo-lo nada menos que com as palavras de Timothy Geithner o Secretário do Tesouro disse: "Estados Unidos está à beira da insolvência".

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Com essas palavras, Timothy Geithner, pediu ao Congresso de Estados Unidos a urgência de elevar o teto da dívida, actualmente situado em 14.300.000 milhões de dólares (14.300.000.000.000). E é que os Estados Unidos encontram-se a centímetros desse teto, e precisam uma nova injecçom de liquidez que lhe permita olhar cara a cara aos factos. Mau que mau, o mundo se vê diferente quando se tem dinheiro em efectivo nos petos e quando não. Isto é o que faz que Estados Unidos se enfrente à mais dura encrucilhada de sua história. Um acidente do qual ninguém sairá tal qual chegou.

A insolvência de Estados Unidos foi advertida o fim de semana na corrente ABC pelo assessor económico do presidente Obama, Austan Goolsbee. Nessa entrevista, Goolsbee assinalou que se o teto da dívida não era modificado, "as consequências seriam catastróficas para a economia de Estados Unidos, e muito piores ao visto desde o 2008" piores ainda?. Ainda que mau pareça, Goolsbee tem a razão. Durante 30 anos Estados Unidos consumiu mais da conta ao vender aos estadounidenses a ideia do crédito barato propugnado por Ronald Reagan em 1981. Desde essa data, Estados Unidos não fez mais que consumir, consumir e consumir a costa de todo mundo.

Como resenhei no seu dia  na origem do caos financeiro e o desemprego global e  da desordem financeira à quebra de Estados Unidos, a primeira economia mundial se dedicou ao consumo indiscriminado a vista e paciência de todos os defensores do livre mercado, na fiel crença, quiçá, de que seria o próprio mercado o encarregado de reequilibrar esse gasto. Algo que não ocorreu. Porque justo quando se esperava a presença da mão invisível, esta brilhou por sua ausência demonstrando que não é mais que um simples comodín de gente sem vergonha na cara.

E se de sem-vergonhas  já estamos exaustos, resulta que estes voltam a aparecer  mostrando-nos os perigos de cruzar a linha de sobregiro. É a grande inconsitência do sistema que muitos defendem, na qual não se teve nenhum recato para emprestar e facilitar linhas de crédito para o desvario do consumo, o álcool e as drogas e depois, depois do acidente fatal, se lhe nega todo ao inculpado. Isto é que os que emprestaram, nunca tiveram em conta a probabilidade de que algo saísse mau.

Independentemente destes julgamentos, a situação de Estados Unidos é muito complicada e está atravessada por duas grandes frentes: aqueles que vêem que a única saída é endevidar-se um pouco mais, e aqueles que vêem que tudo incremento da dívida agravará ainda mais a probabilidade de incumprir com seu pagamento, como o declarou o director de Pimco, Bill Gross. Como vemos, Estados Unidos encontra-se na situação de asfixia do adicto: pela cada grama ou dólar que peça, mais escravo se faz do sistema e de todas suas falhas.

Asi como existe a advertência de Austan Goolsbe sobre os perigos de não elevar o teto da dívida, também está a de quem negam toda opção de crédito e deixam a prioridade dos ajustes aos recortes orçamentas. É o caso daqueles que, como Bill Gross, vêem nos recortes orçamentas a única maneira de restaurar uma economia convaleciente. Para esta linha de pensamento só os recortes ou política de choque podem restaurar uma economia potencialmente doente e causante da maior crise financeira da história.

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