12/08/2010

Taxa mundial de desemprego jovem atinge nível histórico

OIT defende que crise económica é oportunidade para lançar estratégias de combate ao desemprego jovem que registou em 2009 a taxa mais alta de sempre, 13%, correspondente a 81 milhões de pessoas - e deverá ainda aumentar este ano.
Taxa mundial de desemprego jovem atingiu nível mais alto da história
As taxas de desemprego juvenil demonstraram ser mais sensíveis à crise do que as de adultos, provavelmente porque a recuperação do mercado laboral dos jovens tarda mais em acontecer. Foto MaydayLisboa/Flickr, artigo tirado de aqui.

Os números foram divulgados nas conclusões do relatório “Tendências Mundiais do Emprego Jovem 2010”.

A actual crise económica é uma oportunidade para lançar novas estratégias ao nível educativo e laboral de combate ao desemprego entre os jovens, que são “o motor do desenvolvimento económico”, defende o director-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), citado pela Lusa.

Sustentando que “os jovens são o motor do desenvolvimento económico”, o director geral da OIT, Juan Somavia, alerta que “desaproveitar este potencial é um desperdício económico que pode prejudicar a estabilidade social. "A crise é uma oportunidade para reavaliar as estratégias para fazer frente às sérias desvantagens que enfrentam os jovens ao ingressar no mercado laboral. É importante que nos foquemos em estratégias integradas e exaustivas que combinem políticas educativas e de formação com políticas laborais destinadas aos jovens”, acrescentou.

Segundo as projecções da OIT, a taxa mundial de desemprego juvenil deverá continuar a aumentar em 2010, até aos 13,1 por cento, para então recuar até aos 12,7 por cento em 2011. As taxas de desemprego juvenil demonstraram ser mais sensíveis à crise do que as de adultos, provavelmente porque a recuperação do mercado laboral dos jovens tarda mais em acontecer.

Nos termos do relatório, o crescente desemprego juvenil terá “importantes consequências para os jovens à medida que os novos candidatos ingressam no mercado laboral se juntam às filas dos já desempregados”.

O estudo alerta, por isso, para o “risco de que um dos legados desta crise seja uma ‘geração perdida’ de jovens que abandonou o mercado laboral após ter ficado sem esperança de encontrar emprego e ter uma vida decente”.

Se nas economias desenvolvidas e em algumas economias emergentes o impacto da crise sobre os jovens sente-se sobretudo no aumento do desemprego e dos riscos sociais associados à falta de motivação e à inactividade prolongada, nos países menos desenvolvidos traduz-se numa menor quantidade de horas trabalhadas e na redução de salários para os poucos que conseguem manter um emprego fixo e num aumento do emprego precário na cada vez mais abrangente economia informal.

De acordo com as conclusões da OIT, 152 milhões de jovens – cerca de 28 por cento de todos os jovens trabalhadores no mundo – trabalharam em 2008, mas continuaram num estado de pobreza extrema em lares onde vivem com menos de 1,25 dólares por pessoa por dia.

“Nos países em desenvolvimento, a crise domina a vida diária dos pobres”, refere o director-geral da OIT.

Lançado o Ano Internacional da Juventude

Numa mensagem a propósito do Dia Internacional da Juventude, que se assinala esta quinta-feira, Ban Ki-moon defende que "deve ser dada uma importância primordial às necessidades dos mais jovens", exortando mesmo os estados-membros a "aumentarem os seus investimentos nos jovens".

Na sala da Assembleia Geral das Nações Unidas, é lançado o Ano Internacional da Juventude, que terminará a 11 de Agosto de 2011, dedicado ao tema "diálogo e compreensão mútua" e com o objectivo de promover ideais de paz, respeito pelos direitos humanos e solidariedade entre gerações, culturas, religiões e civilizações.

Actualmente existem em todo o Mundo mais de 1,2 milhares de milhões de jovens, com idades entre os 15 e os 24 anos e que representam cerca de 18 por cento da população mundial.

Oitenta e sete por cento dos jovens que enfrentam problemas de acesso limitado a recursos, cuidados de saúde, educação, formação, emprego e oportunidades económicas vivem em países em desenvolvimento.

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