20/03/2011

Ou mudam ou mudar-lhes-emos

Federico Mayor Zaragoza. Tirado de aqui e traduzido para o galego por nós.

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Que autoridade moral têm agora para acusar a Gadafi e aos outros "ditadores" quem até faz quatro dias ofereciam-lhes solícitos o refúgio dos seus paraísos fiscais, vendiam-lhes armas a cobertor, aceitavam-lhes prebendas e até lhes davam aos seus filhos, com facilidades explícitas, doutorados e outras distinções académicas?

Tomemos nota, envergonhados, e advirtamos-lhes que devem aprender as lições sem demora, atuando rápida e publicamente com medidas concretas, ou receberão muito cedo a rejeição dos cidadãos. Do mesmo modo que se desencadearam as rebeliões que agora destapam tantos disparates e contradições, provocaremos a mudança de quem seguem aferrados ao mercado, ao único valor do dinheiro, às idas e voltas do "grande domínio" financeiro, militar, energético e mediático, às grandes corporações que anunciam benefícios de 32.000 milhões de dólares em 2010 -como Exxon Mobil- ao mesmo tempo em que sobem o preço do barril para asfixiar aos consumidores, com "efeitos colaterais" tão graves como a alça dos preços dos alimentos.

Exijamos de imediato o reforço das Nações Unidas, uma economia baseada no desenvolvimento global sustentável, a relocalização produtiva- o bom sentido, em soma.

A mudança é apremiante. E esta mudança não fá-se-á, desde depois, por quem confiam na inadvertência ou insolvência cidadãs sem contribuir solução alguma.

Deixemos de entretenernos com datas eleitorais inexoráveis, acompanhadas de manobras, promessas e ocultações intoleráveis, e proclamemos claramente que se não há transparência e mudanças reais mobilizar-nos-emos como na Tunísia, Egipto -porque enche-nos de indignação que só se embarguem os bens "dos derrocados"- ao mesmo tempo em que todo segue igual: o acosso dos mercados (e os planos de ação social?), o preço do petróleo à alça (e a mudança climática?), a economia submergida, a evasão de responsabilidades civis (quantos espanhóis têm, como os ?tiranos?, depósitos nos paraísos fiscais?)

O dito: ou mudam ou mudar-lhes-emos.

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