22/06/2011

Um povo... bíblico, umha crise apocalíptica

Antom Fente Parada.

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Dizia Xosé Manuel Beiras em O atraso económico de Galiza que o galego era um povo bíblico e que o segundo livro do Pentateuco, o Éxodo, mesmamente semelhava que fora escrito para os galegos. Quarenta anos depois daquelas dicas o dito segue a ser tristemente certo, embora aogra emigrem mais os melhor formados e a Galiza perda um potencia imenso polo brain drain. Contodo, som muitos os galegos que retornam agora desde outras partes do Estado por mor da crise económica sem terem tampouco aqui maiores perspectivas de progresso. 

Desde janeiro fôrom 10.000 os retornados e a economia galega deprime-se mais e mais até conhecermos umha forte queda no consumo (o gasto meio nas rebaixas será este ano apenas de 50€ por habitante) e que o risco de pobreza dos nossos reformados é semelhante ao dos reformados de Europa do leste com as aposentadorias mais baixas do Estado. Por enquanto, a brigada de demoliçom e limpeza étnica na Galiza dá amostras de inoperáncia todos os dias, por exemplo quando conhecemos que tem 70% de ajudas ao agro sem executar.

Enquanto as condiçons de via se deterioram mais e mais a grande banca anúncia mais umha vez benefícios recorde para este exercício, como também o figéram há pouco as grandes empresas do IBEX-35, as grandes beneficiadas pola crise no Reino de Espanha, um verdadeiro paraíso fiscal. Ao tempo que, desde as instituiçons de gobernança global, se pede subir o IVA no Estado espanhol (ou seja a carga contributiva da classe trabalhadora) e atacar a financiaçom das autonomias para recortar em sanidade e educaçom olhamos para Botín e outros grandes de España que refugiam os seus cartos em Suíça para escapar do fisco coa aprovaçom de PP, PSOE, PNV e CiU.

É mais o PSOE e o PP fam um bloco monolítico contra as classes trabalhadoras para evitar a reforma da Lei Hipotecária proposta polo BNG com o fim de instaurar a daçom de pago. Todo o poder para os bancos é a máxima dos partidos dinásticos da II Restauraçom que som os representantes políticos que garantem a transferência das rendas do trabalho para as rendas do capital sem importar-se de que 2.000.000 de espanhóis, eles que som tam nacionalistas, passem fame cada dia.

Aguarda-se que os 20 bancos europeus de maior capitalizaçom alcancem um benefício de 107.400 milhons de euros em 2012, 6% mais que os resultados recorde de 2006. No presente exercício preve-se já desde o sector uns benefícios que fiquem apenas 19'4% por baixo das cifras de há cinco anos, ao tempo que reduzem a exposiçom a dívida grega em 40%, passando-a a dívida pública que se carrega sobre os estados e, já que logo, sobre as costas dos cada vez mais depauperados europeus. Quanto à grande banca do Estado espanhol o BSCH incrementará os ganhos até 9.070 milhons de euros e o BBVA superará 4.700 milhons sem que polo de pronto se destinem a retribuir os accionistas.

É evidente que a austeridade que propugnam alguns é simplesmente a radiografia da luita de classes acutal em Eurolándia, enquanto a alienaçom conduze aos europeus para os braços da extrema-direita e a xenofobia eleiçom trás eleiçom num Velho Continente babélico e desquiciado onde existe umha profunda confusom de línguas:
Até agora, as medidas tomadas polas institucións e estados europeos presentaron unha secuencia en dous actos. O primeiro consistiu en garantir a salvación do sistema financeiro no seu conxunto inxectándolle tanta liquidez como necesitaba, evitando cargarlle as malas consecuencias económicas dos seus riscos aducindo que é demasiado grande para crebar, asumindo as institucións públicas o groso das perdas financeiras privadas. No segundo, os estados europeos foron obrigados baixo fortes presións dos mercados financeiro-corporativos a reducir o elevado endebedamento adquirido como un efecto das intervencións para salvalos, para o que foron constreñidos a retirar os estímulos á economía e contraer o seu gasto social para as súas respectivas cidadanías.

Para a burguesia e os seus mercenários, a começar polo rei do Reino, do binómio político-mediático o importante é aquela máxima evangélhica que Marx nos lembrava, a lei dos profetas, "acumulai! acumulai!". Eis o terrorismo financeiro de arestora, eis "los violentos" e "terroristas," eis o fascismo financeiro. Frente a isso só resta afirmar que:

A dirección da UE que reside no Consello, a Comisión e o Banco Central Europeo, actuou e actúa coma se, tanto a legitimación, como a democracia, fosen un asunto en exclusiva dos estados-nación e fosen alleas ás institucións de "gobernanza" da UE -presentadas como sistemas expertos de xestión cuxa lexitimidade lles é conferida polos estados.
         [...]
O contrapunto democrático á proclamada gobernanza experta da UE desde arriba e á imposición de plans de estabilización dos seus estados ricos son as repetidas folgas xerais en Grecia, as mobilizacións de traballadores en Portugal, as grandes mobilizacións en Irlanda, os movementos dos cidadáns indignados en España, as manifestacións de estudantes en Londres ou as folgas xerais en Francia.

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