28/11/2011

FMI prepara plano de resgate da Itália

Notícia tirada do Esquerda.net (aqui).

"Se existe um problema em Itália, é o coração da zona Euro que é afetado", disse um porta-voz de Sarkozy. Foto de alles-schlumpf
Segundo o La Stampa, empréstimo de 600 mil milhões de euros está em estudo. The Economist adverte que “a queda da moeda única pode ocorrer nas próximas semanas”, e que à medida que o tempo passa, as medidas necessárias e os seus custos vão sendo maiores.

O diário La Stampa afirma na sua edição deste domingo que o Fundo Monetário Internacional já está a trabalhar num plano de ajuda à Itália no valor de 600 mil milhões de euros. As fontes ouvidas pelo jornal afirmam que o plano será ativado no caso de haver um agravamento da dívida italiana, o que é iminente, quando se sabe que a terceira maior economia da zona euro e a quarta da UE já está a pagar juros entre os sete e oito por cento pelos seus títulos.

Por outro lado, na sexta-feira, a agência Reuters afirmou, citando uma fonte do Partido Popular, que Mariano Rajoy já estudava recorrer a um pedido de ajuda financeira internacional, como uma das opções para refazer as finanças do país. A informação foi imediatamente desmentida, mas a Reuters é uma das agências noticiosas mais prestigiadas do mundo e não avançaria com o telegrama se não a tivesse obtido de fontes seguras. O pedido seria feito ao FEEF ou ao FMI, precisava a fonte, que acrescentava: “se temos de fazê-lo, é melhor que o façamos já”.

“Isto é mesmo o fim?”

Para completar o quadro dramático do fim de semana, a revista britânica The Economist publicou um artigo sobre a crise do euro que se intitula “Isto é mesmo o fim?”, em que afirma que “a queda da moeda única pode ocorrer nas próximas semanas” e exige dos países europeus, principalmente da Alemanha, e do Banco Central Europeu medidas para evitar o colapso.

A revista sublinha que apesar de a zona euro se dirigir na direção do crash, a maioria dos cidadãos está convencida que, no final, os líderes europeus farão o que for necessário para salvar o euro. Mas à medida que o tempo passa, as medidas necessárias vão sendo maiores, assim como os custos da operação. A revista afirma que já não basta o resgate da Grécia e as reformas à Itália e à Espanha, é preciso que se crie “um instrumento de dívida no qual os investidores possam confiar”. Mas para isso, defende a revista, “os países periféricos receberiam o apoio financeiro em troca das reformas exigidas pela Alemanha e os outros países mais fortes”.

“Coração da zona Euro afetado”

Ainda neste domingo, um porta-voz do presidente Sarkozy disse que "se existe um problema em Itália, é o coração da zona Euro que é afetado". Os esforços italianos "não são colocados em causa por ninguém" e França e Alemanha estão empenhadas em ajudar nesta questão da dívida, acrescentou a mesma fonte.

 Recorde-se que nem a própria alemã escapa ao turbilhão financeiro. Na semana passada, o tesouro alemão tentou pôr no mercado seis mil milhões de euros em obrigações a dez anos, mas apenas conseguiu colocar 60 por cento daquele montante aos juros que pretendia, o que levou os analistas a considerarem ter-se tratado de um resultado “desastroso”.

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