Antom Fente Parada. Do Conselho Editorial de Á revolta entre a mocidade.
A agora já familiar prima de risco, o diferencial entre a rentabilidade do bono germano a dez anos e o seu equivalente no Estado espanhol, dispara-se novamente roçando a barreira dos 400 pontos e ficando em 385 pontos básicos. Uma aperta mortal para saudar desde os "mercados", o capitalismo de casino que impõe miséria ("austeridade") à maioria e lucro para cada vez menos pessoas, os "ajustes" do PP.
Deste modo, a rentabilidade do bono espanhol a dez anos é de 5'71% por cima dos 5'64% de ontem, muito afastada dos títulos alemães que estão em 1'85% de juro sendo um valor refúgio. Desde o começo de ano a prima de risco do Estado espanhol passou de 325 a 385 pontos básicos, uma pressão adicional sobre a dívida espanhola e a capacidade de financiamento do Estado espanhol para atingir novos recortes que favoreçam os interesses do grande capital.
Nesta linha vai o incremento da cotação dos CDS (credit default swap) do bono a dez anos do Estado espanhol (em franja de 10 milhões de dólares que é a aposta mínimo no casino capitalista destes instrumentos financeiros desregulados e opacos) até atingir 432.860 dólares anuais, sensivelmente superior aos 430.660 dólares de ontem. Está claro que o dólar e a dívida do Império norte-americano se sustentam, cada vez com maiores dificuldades, sobre o balão de oxigénio que lhe outorga uma nova borbulha da que pouco se fala: a da dívida soberana dos estados europeus.
Esta borbulha, cujo rebento provocará um novo 1929 na economia do sistema-mundo capitalista segundo temos advertido neste blogue, não faz mais que inçar-se de um dia para outro. A prima de risco francesa está em 151 pontos básicos (12 mais que ontem), a da Bélgica em 278 (sete mais que ontem), a do Estado italiano em 528 pontos básicos (mais cinco)... enquanto baixam a lusa, situada nuns torpes e irracionais 1.139 (21 menos), e a grega, em 3.307 (22 menos).
A explicação oficial são as "dificuldades" que atravessa Eurolândia, especialmente por Grécia e por Hungria, um Estado entregue a uma sorte de neofascismo e onde a sua moeda, o forinto, cota em mínimos o que obrigou ao Governo a pedir um empréstimo ao FMI e à UE que se negociará "sem condições prévias", ou seja, que os novos senhores feudais poderão, como na Grécia e tantos outros estados, exercer livremente o seu direito de pernada. Isto viu-se favorecido pelos escudeiros destes senhores feudais, as agências de qualificação. Em concreto, Fitch rebaixou a calificación da dívida magiar até ser agora bono-lixo.
Porém há um terceiro vector para perceber esta renovada embestida sobre a dívida soberana dos estados europeus: a injecçãode capital do BCE à banca privada que já no seu momento fora seguida por uma cínica advertência de Mario Draghi sobre um 2012 de fortes ataques sobre a Eurozona. O antigo cabildeiro do grande capital norte-americano no Estado espanhol (e agora ministro de economia, ascendendo coma dom Celidônio de porco a marrão), Luís de Guindos, cifrou na passada quarta-feira em 50.000 milhões de euros a quantidade de dinheiro que precisa a bancocracia "espanhola".
De por parte, os depósitos a um dia dos bancos de Eurolandia no BCE seguem batendo máximos alcançando 455.300 milhões de euros, o que dá boa conta da degradação continuada da economia e do pânico e irracionalidade que campa nas altas finanças; máximo quando a subida do petróleo pela nova "aventura" do imperialismo dos direitos humanos no Irão ameaça com superar as previsões sobre a inflação num panorama de depressão económica e com uma cotação do euro à baixa ( menos de 1'30 dólares).
O BCE pode seguir tranquilo injectando dinheiro à banca privada e os estados podem continuar sem preocupação convertendo a dívida privada dos bancos em dívida pública. Quanto mais desanguen a população europeia, mas filhoas poderão comer o dia que esta nova borbulha explode jogando milheiros de empresas, pequenos negócios e famílias à quebra e criando novamente mais desemprego, mais miséria e mais caos. Para então, os ladrões de gravata estarão muito longe das massas enfurecidas que pagarão a sua raiva com os mercenários instalados nas instituições burguesas (políticos, técnicos e todólogos vários) e apoiando alguma sorte de neofascismo para malhar, como fã os ladrões de gravata, noutros que ainda estejam pior que nós... Nesta malheira de classes, sem URSS, sem projecto social alternativo sistémico e crível na esquerda e sem revolução social no horizonte o melhor é seguir tranquilamente dançando nos imensos salões desse novo Titanic que leva visos de afundar cem anos depois do primeiro: Eurolandia.
Deste modo, a rentabilidade do bono espanhol a dez anos é de 5'71% por cima dos 5'64% de ontem, muito afastada dos títulos alemães que estão em 1'85% de juro sendo um valor refúgio. Desde o começo de ano a prima de risco do Estado espanhol passou de 325 a 385 pontos básicos, uma pressão adicional sobre a dívida espanhola e a capacidade de financiamento do Estado espanhol para atingir novos recortes que favoreçam os interesses do grande capital.
Nesta linha vai o incremento da cotação dos CDS (credit default swap) do bono a dez anos do Estado espanhol (em franja de 10 milhões de dólares que é a aposta mínimo no casino capitalista destes instrumentos financeiros desregulados e opacos) até atingir 432.860 dólares anuais, sensivelmente superior aos 430.660 dólares de ontem. Está claro que o dólar e a dívida do Império norte-americano se sustentam, cada vez com maiores dificuldades, sobre o balão de oxigénio que lhe outorga uma nova borbulha da que pouco se fala: a da dívida soberana dos estados europeus.
Esta borbulha, cujo rebento provocará um novo 1929 na economia do sistema-mundo capitalista segundo temos advertido neste blogue, não faz mais que inçar-se de um dia para outro. A prima de risco francesa está em 151 pontos básicos (12 mais que ontem), a da Bélgica em 278 (sete mais que ontem), a do Estado italiano em 528 pontos básicos (mais cinco)... enquanto baixam a lusa, situada nuns torpes e irracionais 1.139 (21 menos), e a grega, em 3.307 (22 menos).
A explicação oficial são as "dificuldades" que atravessa Eurolândia, especialmente por Grécia e por Hungria, um Estado entregue a uma sorte de neofascismo e onde a sua moeda, o forinto, cota em mínimos o que obrigou ao Governo a pedir um empréstimo ao FMI e à UE que se negociará "sem condições prévias", ou seja, que os novos senhores feudais poderão, como na Grécia e tantos outros estados, exercer livremente o seu direito de pernada. Isto viu-se favorecido pelos escudeiros destes senhores feudais, as agências de qualificação. Em concreto, Fitch rebaixou a calificación da dívida magiar até ser agora bono-lixo.
Porém há um terceiro vector para perceber esta renovada embestida sobre a dívida soberana dos estados europeus: a injecçãode capital do BCE à banca privada que já no seu momento fora seguida por uma cínica advertência de Mario Draghi sobre um 2012 de fortes ataques sobre a Eurozona. O antigo cabildeiro do grande capital norte-americano no Estado espanhol (e agora ministro de economia, ascendendo coma dom Celidônio de porco a marrão), Luís de Guindos, cifrou na passada quarta-feira em 50.000 milhões de euros a quantidade de dinheiro que precisa a bancocracia "espanhola".
De por parte, os depósitos a um dia dos bancos de Eurolandia no BCE seguem batendo máximos alcançando 455.300 milhões de euros, o que dá boa conta da degradação continuada da economia e do pânico e irracionalidade que campa nas altas finanças; máximo quando a subida do petróleo pela nova "aventura" do imperialismo dos direitos humanos no Irão ameaça com superar as previsões sobre a inflação num panorama de depressão económica e com uma cotação do euro à baixa ( menos de 1'30 dólares).
O BCE pode seguir tranquilo injectando dinheiro à banca privada e os estados podem continuar sem preocupação convertendo a dívida privada dos bancos em dívida pública. Quanto mais desanguen a população europeia, mas filhoas poderão comer o dia que esta nova borbulha explode jogando milheiros de empresas, pequenos negócios e famílias à quebra e criando novamente mais desemprego, mais miséria e mais caos. Para então, os ladrões de gravata estarão muito longe das massas enfurecidas que pagarão a sua raiva com os mercenários instalados nas instituições burguesas (políticos, técnicos e todólogos vários) e apoiando alguma sorte de neofascismo para malhar, como fã os ladrões de gravata, noutros que ainda estejam pior que nós... Nesta malheira de classes, sem URSS, sem projecto social alternativo sistémico e crível na esquerda e sem revolução social no horizonte o melhor é seguir tranquilamente dançando nos imensos salões desse novo Titanic que leva visos de afundar cem anos depois do primeiro: Eurolandia.
Imaxe tirada de aqui. |
Um comentário:
E mañá "rescate" ou máis ben socialización das perdas da banca.
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